A preocupação com o mosquito Aedes aegypti está impulsionando a venda de repelentes de insetos no Paraná. Segundo último boletim da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o Estado já registrou 7.360 casos de dengue entre agosto de 2015 e a semana passada. São 16 municípios com epidemia e 11 mortes provocadas pela doença já foram confirmadas. Além da dengue, o Paraná já confirmou 84 casos do zika vírus desde agosto de 2015, oito em gestantes, e 14 casos de chikungunya.
Em Apucarana, no Norte do Paraná, a procura aumentou 100%, em média, nas principais farmácias da cidade. A preferência dos consumidores, sobretudo gestantes e mães, é pelo produto à base de icaridina em função da baixa toxidade e efeito prolongado. A marca que utiliza esse princípio ativo custa até R$ 59, o dobro do valor de outros produtos.
O farmacêutico Ricardo Locatelli explica que o componente é realmente mais eficaz contra o Aedes. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o princípio ativo oferece até10 horas de proteção em relação a outros repelentes. A divulgação da eficácia fez a procura disparar, tanto que no estabelecimento onde Locatelli trabalha, o produto está em falta. Locatelli analisa que a preocupação com a proliferação de doenças como dengue, zika e febre chikungunya alterou a rotina de cuidados da população.
“Antes nosso estoque era bem menor porque as pessoas não se preocupavam com isso. Quem fazia uso de repelente eram pessoas sensíveis a picadas de insetos. Mas agora todo mundo está com medo do Aedes e isso provocou um aumento significativo na venda de repelentes”, avalia.
Com a icaridina em falta em alguns estabelecimentos, o técnico em farmácia Reginaldo Pereira da Fonseca, orienta o uso de outros produtos que também afastam o mosquito.
“Repelentes a base de DEET (dietiltoluamida) também oferecem grande proteção contra as picadas do Aedes”, afirma. No entanto, segundo a Anvisa, apesar do uso tópico ser considerado seguro em gestantes, o produto não deve ser utilizado em crianças menores de 2 anos.
Já no estabelecimento onde trabalha o auxiliar de farmácia Ricardo Mello, a procura se concentra nos produtos com preços acessíveis. Ele informa que não trabalha com o repelente a base de icaridina porque o produto não consta nas listas de seus fornecedores. No entanto, ele ressalta que os clientes da farmácia não exigem produto específico.
"Poucos clientes lembram-se do nome icaridina. Eles assistem programas de tv, leem jornais e revistas mas não se lembram e acabam comprando os tradicionais já existentes. A procura maior é por preço, tamanho e recomendação por marca", observa.
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