A Secretaria da Mulher e Assuntos da Família (Semaf) de Apucarana, na região Norte do Paraná, promoveu ontem (10), no auditório da subseção de Apucarana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o 2º Encontro de Direitos Humanos da Mulher. Durante o evento, foi lançado oficialmente o Projeto Reconstruindo Vidas, que já possui em andamento diversas ações junto às detentas do minipresídio. O encontro também contou com uma palestra sobre o tráfico de pessoas, apresentando os mecanismos de denúncia e de combate deste crime, considerado hediondo.
Conforme Denise Canesin Machado, o Projeto Reconstruindo Vidas foi lançado oficialmente durante o encontro, mas várias ações já estão sendo desenvolvidas no minipresídio há cerca de 3 meses. “Tivemos atividades relativas ao Outubro Rosa, com a coleta de preventivo e testes para HIV e hepatite. Já no mês de novembro, ocorreu a capacitação da Rede de Mulheres Solidárias e Protagonismo Feminino, além de um curso de maquiagem”, cita.
Uma das próximas ações será a implantação de uma horta que será cultivada pelas detentas. “Nas visitas que fizemos o que me chamou a atenção é que as mulheres não realizam nenhuma atividade e sequer têm direito ao banho de sol. Elas ficam 24 horas encarceradas, enquanto os homens têm, além do banho de sol, o futebol e o artesanato”, compara Denise.
O juiz Osvaldo Soares Neto destacou a iniciativa, que será desenvolvida em parceria com o Poder Judiciário e com o delegado José Aparecido Jacovós, diretor do minipresídio. “O banho de sol é uma das grandes reivindicações das detentas, que ficam recolhidas as 24 horas do dia nas celas. A intenção é construir uma horta em um espaço ocioso que existe lá, possibilitando a remissão. As detentas estão privadas da liberdade e não da dignidade”, ressalta o juiz.
OBJETIVOS - Os principais objetivos do Projeto Reconstruindo Vidas são a ressocialização, proporcionar oportunidades de comercialização da produção e a implantação de um sistema de remissão da pena. Para 2016, já estão programadas outras ações, como a criação de uma rede de crocheteiras para comercialização no Espaço Mulher e proporcionar para as detentas o acesso à leitura.
"Isso muito por nós, pois trabalhando o tempo passa mais rápido e temos remissão da pena (para casa três dias de trabalho, há redução de um dia da pena", afirmou uma presa por tráfico de drogas que pediu para não ter o nome divulgado.
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