A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema) instaurou procedimento administrativo para investigar o descarte irregular de lixo hospitalar no aterro sanitário de Apucarana. O material, cujo volume corresponde a 3 mil litros, foi encontrado há cerca de 15 dias. A procedência foi identificada com base em informações contidas nos próprios objetos, no entanto, a forma como material foi descartado ainda é desconhecida.De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Ewerton Pires, foram encontradas bolsas de sangue e seringas com agulhas.
As etiquetas mostram que o material veio de duas instituições de Londrina, incluindo um hospital público. O lixo teria sido recolhido pelo serviço de coleta regular realizado pela concessionária contratada pela prefeitura e destinado ao aterro municipal, que também é terceirizado e administrado pela Sanepar.“A Sema foi informada pela Sanepar e abriu procedimento para investigar o caso”, diz Pires. A secretaria ainda não sabe como o lixo chegou até Apucarana, mas suspeita que o material tóxico estava sendo usado por uma empresa que atua na cidade. A assessoria de imprensa da Sanepar, que opera o aterro, não confirmou se o volume recebeu a destinação adequada.
Em nota, a companhia informou que está apurando a denúncia sobre o envio de resíduos sólidos de saúde ao aterro e que o serviço de coleta dos resíduos não é de sua responsabilidade. A empresa disse que vai comunicar a prefeitura que em hipótese alguma receberá resíduos que estejam fora da classificação permitida. A assessoria de imprensa adiantou que o gerente resíduos sólidos de Curitiba deve conceder uma entrevista coletiva hoje sobre o assunto.
A Secretaria de Meio Ambiente de Apucarana ressaltou que a licença ambiental do aterro está em nome da concessionária, não do município. Logo, é responsabilidade exclusiva da Sanepar o recebimento, tratamento e disposição final dos resíduos constantes em sua licença ambiental. Procurada pela reportagem, a Promotoria do Meio Ambiente disse que o fato era desconhecido até então e, por este motivo, nenhum procedimento referente ao caso foi instaurado. Essa é a segunda apreensão de lixo hospitalar irregular em Apucarana. No mês passado, uma fábrica foi parcialmente interditada por usar embalagens de agrotóxicos e resíduos de serviços hospitalares no processo de fabricação de abas de boné.
A Sema foi informada pela Sanepar e abriu procedimento para
investigar o caso” - Ewerton Pires, secretário de Meio Ambiente
DESTINAÇÃO - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece regras nacionais sobre o tratamento de resíduos hospitalares e de serviços de saúde para evitar que o despejo irregular cause danos à saúde humana e ao meio ambiente.Tais materiais podem representar risco se não houver adoção de procedimentos técnicos adequados no manejo dos diferentes tipos de resíduos gerados como materiais biológicos contaminados com sangue, seringas com agulhas (como os encontrados no aterro sanitário de Apucarana), entre outros.
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