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Frio expõe drama de quem "mora" nas ruas de Apucarana 

Pessoas que a maioria da população "não vê ou não quer ver". Assim um grupo de moradores de rua que estava sob uma marquise do Clube 28 de Janeiro, na Rua Desembargador Clotário Portugal, na área central de Apucarana, se autodefiniu para a reportagem do T

Da Redação

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Moradores de rua sob marquise do Clube 28 de Janeiro:  eles alegam motivos diversos para ter se afastado da família, viver nas ruas e fazer da bebida alcoólica uma "companheira inseparável" - FOTO: TNONLINE
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Moradores de rua sob marquise do Clube 28 de Janeiro: eles alegam motivos diversos para ter se afastado da família, viver nas ruas e fazer da bebida alcoólica uma "companheira inseparável" - FOTO: TNONLINE
Escrito por Da Redação
Publicado em 17.06.2015, 09:49:00 Editado em 27.04.2020, 19:59:02
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Pessoas que a maioria da população "não vê ou não quer ver". Assim um grupo de moradores de rua que estava sob uma marquise do Clube 28 de Janeiro, na Rua Desembargador Clotário Portugal, na área central de Apucarana, se autodefiniu para a reportagem do TNONLINE  no início da manhã desta quarta-feira (17) de frio na cidade.

Cada um deles alega motivos diversos para ter se afastado da família, viver nas ruas e fazer da bebida alcoólica uma "companheira inseparável". "Bebemos para não sentir tanto frio, mas não somos bandidos nem ladrões. Vivemos graças a doações de algumas pessoas, que ainda têm verdadeiro amor ao próximo no coração, mas não pensem que viver nas ruas é gostoso e fácil", afirma Zenildo Jorge da Silva, de 41 anos, que afirma já ter trabalhado como vendedor ambulante.

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Moradores de rua reclamam de "exclusão social", mas muitos
se recusam a receber ajudam de órgãos assistenciais
Foto:TNONLINE

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A opinião de Zenildo é compartilhada por seu "colega" Roberto Pinto Órfão, o "Beto Marinheiro", de 55 anos, cujo pai era pintor e a mãe enfermeira em Apucarana. "Quando era jovem decidi ser marinheiro e uma vez o barco naufragou e fiquei vários dias no mar agarrado a um barril até ser resgatado. Resolvi voltar para Apucarana, meus pais faleceram e hoje vivo nas ruas", conta Beto Marinheiro.

O grupo acrescenta que precisa de cobertores, roupas, e calçados para suportar o frio, além de medicamentos para a hipertensão. "Às vezes nos sentimos esquecidos pela sociedade. Algumas pessoas têm medo dos moradores de rua, mas se a pessoa pensar bem vai chegar à conclusão de que somos apenas uns pobres coitados. Você queria estar no meu lugar?", pergunta Beto Marinheiro.

ASSISTÊNCIA SOCIAL - Fontes da Secretaria Municipal de Ação Social da Prefeitura de Apucarana afirmam que o órgão intensificou nos últimos dias a abordagem aos moradores de rua para evitar que pernoitem ao relento em baixas temperaturas. O Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro POP), uma entidade ligada à Prefeitura e mais conhecido como Casa da Acolhida, atende uma média de 15 pessoas por dia, mas nos últimos dias o número mais que dobrou.

Neste dias de frio o Centro POP está acolhendo entre 30 a 40 moradores de rua por noite. Boa parte destas pessoas busca atendimento por conta própria, mas outros só aceitam a acolhida ao serem convencidos pela equipe da entidade que vem percorrendo as ruas durante a noite nos últimos dias (ronda entre as 17 e 22 hora, em parceria com a Guarda Municipal e Polícia Militar que também estão fazendo o encaminhamento das pessoas que se encontram pela cidade e precisam de abrigo

Assistentes sociais afirmam, no entanto, que existem aqueles que preferem ficar na rua. Nesse caso, os assistentes sociais entregam cobertores para ajudá-los a suportar o frio e deixam o telefone e o endereço do Centro POP em caso de mudarem de ideia mais tarde.

BANHO E ALIMENTAÇÃO - O atendimento no local começa às 18h30, quando é oferecido banho, janta e alojamento para passar à noite. No dia seguinte, após o café da manhã, todos passam por atendimento com a equipe de assistência social. Essa triagem resulta em vários procedimentos, como fornecimento de passagem para o destino, mas não antes de um contato com os parentes, visando reinserção da pessoa na família. Uma parte, no entanto, ainda permanece no município dando continuidade a encaminhamentos para tratamento de saúde, dentário, para clínica de recuperação e para recebimento de benefícios sociais. Os que passam por algum tipo de tratamento, são encaminhados para Casa de Misericórdia, onde continuam sendo acompanhados pela equipe profissional do Centro POP.

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