Cercado por bairros e com grande fluxo de visitantes, o Parque Ecológico da Raposa sofre com a convivência urbana. A maior unidade de conservação do município tem uma área de 44,53 alqueires de mata. É exatamente a mata que está sendo invadida. O local tornou-se um ponto tradicional de descarte de lixo, desmatamento e caça e pesca ilegal. Os constantes ataques à natureza estão modificando a paisagem e comprometendo a sobrevivência dos animais.
A reportagem da Tribuna entrou mata e a visão é decepcionante: papéis, garrafas roupas, calçados, eletrodomésticos, pedaços de móveis e até um sofá depositado dentre as árvores. A área também é local predileto de algumas empresas de confecções para descartar irregularmente aparas de tecidos.
O descarte de lixo não apenas modifica a paisagem da área verde como compromete a fauna local. Os animais que vivem lá – capivaras, macacos, quatis, tamanduás, entre outros - são alvos de caça. Segundo moradores do entorno, caçadores se embrenham no mato e agem, na maioria das vezes, à noite, para evitar que sejam identificados e denunciados.
A reportagem também identificou indícios de desmatamento. Moradores afirmam que o corte de árvores sem autorização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente também ocorre na área.
O secretário de Meio Ambiente de Apucarana, Ewerton Pires, acredita que o caráter urbano do Parque da Raposa, com atrativos como lago e quiosques com lanchonetes, proporciona um volume de visitação superior ao dos outros parques municipais. “É um público urbano. Isso impõe uma série de desafios, pois o local atrai tanto aqueles que vão apenas visitar e desfrutar da paisagem, como os maus intencionados”.
O secretário informa que já identificou três empresas responsáveis pelo descarte de tecidos no parque. Os responsáveis foram notificados e, em caso da reincidência, responderão criminalmente. Já em relação aos casos de despejo de outros materiais encontrados, Pires, diz que é difícil identificar a autoria pois o crime sempre ocorre sempre à noite. Por isso, a secretaria contratou três vigias que contam com apoio de rondas realizadas Guarda Municipal.
Sobre caça e pesca ilegal, só este ano, a secretaria encontrou três armadilhas para captura de animais. Também neste ano, foram efetuadas duas prisões por pesca ilegal, informa o secretário. “A única forma de acabar de vez com estes problemas é restringir o acesso ao local. Mas a visitação é um dos objetivos do parque, por isso é preciso ter consciência para não causar esses danos”, conclui.
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