Uma quantidade considerável de resíduos de chumbo foi encontrada às margens da BR-369, na faixa de domínio que separa a rodovia da linha férrea, no Distrito de Pirapó, em Apucarana. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente estima que mais de 50 toneladas de rejeitos foram despejadas irregularmente. A denúncia foi registrada no Ministério Público (MP), que abriu inquérito para apurar a responsabilidade do crime ambiental.
“É muito grave. O risco de contaminação para o ambiente e os seres humanos é seríssimo. Desconheço outra situação de impacto ambiental tão grande em Apucarana”, enfatiza o secretário de Meio Ambiente, Ewerton Pires.
Os resíduos, que têm formato de blocos de pedras, foram empilhados no local, que fica próximo a Bacia do Pirapó. A escória provém, acredita o secretário, do processo de reciclagem de baterias, sendo altamente contaminante. De acordo com Pires, a secretaria realizou uma análise prévia identificando outros elementos em pequenas concentrações misturados ao chumbo. Entre os contaminantes existentes, os que são considerados mais perigosos além do chumbo, são o mercúrio e o cádmio.
Três empresas no município trabalham com este tipo de material, informa o secretário. Contudo, a secretaria ainda não identificou os responsáveis e também investiga a possibilidade que os resíduos tenham saído de indústrias da região.
O secretário de Meio Ambiente afirma que responsáveis serão autuados e vão responder por crime ambiental. O valor da multa depende dos rendimentos e reincidência da empresa autuada será avaliada pelo Ministério Público.
“As empresas conhecem a legislação ambiental e sabem que um descarte deste porte contamina todo o entorno do local”, reitera.
A escória de chumbo é classificada pela Norma Brasileira de Classificação de Resíduos (NBR) 10.004 como resíduo perigoso Classe 1. Os restos devem ser encaminhados obrigatoriamente para um aterro industrial. Esse será o destino do material encontrado.
“Mas isso tem um custo. O empresário tentando evitar isso fez esse descarte que é considerado crime ambiental”, diz o secretário informando que o descarte de 1 tonelada custa de R$ 600 a R$ 1 mil no aterro particular do município.
CONTAMINAÇÃO
O chumbo é altamente tóxico e causa sérios danos ao meio ambiente. Segundo o secretário de Meio Ambiente, o metal contamina o solo e as águas pluviais. Quando despejado incorretamente, o material contamina o solo e o lençol freático, chegando até os animais e vegetais de regiões próximas.
“O chumbo penetra no solo e chega até a vegetação. No ser humano isso pode chegar por meio da água ou alimentos contaminados, ou até por contato com a pele, podendo causar vários danos à saúde”, informa.
A Secretaria vai solicitar à concessionária Viapar, que administra a BR-369, a retirada dos resíduos. O material deve passar por nova análise antes de receber a destinação correta.
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