Apostando no sonho do negócio próprio, produtores rurais, com apoio da Secretaria Municipal de Agricultura, estão implantando a primeira cooperativa familiar agroecológica de Apucarana. O plano, que começou a ser elaborado no ano passado, pretende ampliar a produção de alimentos orgânicos na agricultura familiar do município e região, além de capacitar famílias para produção e venda de alimentos sem o uso de agrotóxicos.
De acordo com a Secretaria de Agricultura, 43 produtores de Apucarana e região estão cadastrados na e devem ser integrar a estruturação do projeto.
Para o secretário de Agricultura, João Carmo da Fonseca, o perfil do trabalho no campo irá mudar com o novo nicho de negócio. “O objetivo é aumentar a oferta de produtos agroecológicos e orgânicos da escala de produção melhorando a renda dos agricultores”, diz o secretário. Fonseca informa que serão formados núcleos das diversas atividades exploradas na agroecologia como fruticultura, meliponicultura olericultura, plantas medicinais, entre outros.
Com a produção local é possível que o custo do produto orgânico reduza no bolso do consumidor. “Essa cooperativa terá condições de atender programas governamentais e institucionais para buscar recursos no Ministério de Desenvolvimento Agrário e programas de aquisição de alimento do governo, além de subsídios para atender a demanda na agricultura familiar”, disse o secretário salientando que a cooperativa está na fase final da formulação do estatuto. A estimativa é que dentro de 60 dias ocorra a primeira assembleia para composição da diretoria provisória.
CULTIVO ORGÂNICO
A paixão pela a agricultura orgânica levou João Carneiro, 45 anos, a se aperfeiçoar cada vez mais na área. Hoje ele cultiva mais de 53 espécies de plantas medicinais e condimentares em sua propriedade, localizada na Comunidade do Barreiro, em Apucarana. O cultivo começou há cerca de 2 anos, quando o agricultor participou de cursos para indiciar o plantio.
“Para gente é um nicho de negócio novo, porém, que recupera uma tradição antiga de utilizar plantas para tratar doenças”, acredita. Para o agricultor, assim que a cooperativa estiver formulada e sua propriedade estruturada com todos os mecanismos necessários para a manipulação das plantas, o retorno será garantido.
De acordo com ele, as plantas medicinais, após o processo de secagem, custam entre R$ 8 a R$ 300, de acordo com a espécie. Em sua plantação, por exemplo, o agricultor cultiva o capim-vetiver, de alto valor comercial. O óleo essencial da planta é utilizado para fabricar fixadores de perfume.
Por enquanto, o retorno financeiro ainda é tímido. Enquanto as plantas ainda não estão em fase de produção, o agricultor comercializa mudas em vasos na feira do produtor, anexa ao Terminal Urbano. Em média, ele vende até 100 unidades por mês a R$ 5.
“É uma forma de ter um retorno imediato até estruturar a minha propriedade e ampliar o cultivo”, comenta carneiro, que investiu quase R$ 5 mil para iniciar o negócio próprio.
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