Quatro empresárias foram detidas por crime de falsificação, na manhã de ontem, em Apucarana. As autuações ocorreram durante cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão, em operação encabeçada pelo Ministério Público, com apoio da Polícia Militar (PM) e representantes de marcas. Cerca de 100 mil bonés piratas de diversas marcas famosas foram confiscados.
A operação integra uma sucessão de trabalhos deflagrados por órgãos públicos para coibir a prática ilegal no município. Só este ano foram três grandes operações com vários desdobramentos. Estima-se que, durante os trabalhos, mais de 1 milhão de itens - entre bonés, camisetas e etiquetas - foram recolhidos.
Os produtos apreendidos na operação de ontem lotaram dois caminhões baú. O material foi encaminhado para um barracão da Polícia Civil. Já as empresárias Tereza Santos, Mércia Araújo, Kátia Priscila de Morais e Sara Garbeline, foram encaminhadas à 17ª Subdivisão Policial (SDP). Segundo o MP, 95% da produção das fábricas, por elas representadas, eram materiais falsificados.
Além das mercadorias, equipamentos utilizados na fabricação dos bonés piratas também foram apreendidos. “A mesma máquina é utilizada tanto na produção legal quanto na produção ilegal. Quando identificamos equipamentos informatizados que tem grande capacidade em replicar fazemos a apreensão para evitar que continuem produzindo materiais falsificados”, informa o promotor de Defesa do Consumidor, Vilmar Fonseca. Segundo ele, nenhuma fábrica foi lacrada.
O promotor lamenta que muitas empresas autuadas anteriormente continuem na ilegalidade. “Infelizmente notamos que mesmo com as grandes apreensões de materiais falsificados, muitos empresários continuam produzindo contrafeitos em larga escala. O objetivo desse trabalho sistemático é acabar com a prática ilegal. Iniciamos um trabalho envolvendo lideranças da comunidade para transformar Apucarana numa cidade livre de pirataria e tirar o título de ‘Capital da Pirataria’. Por isso esse trabalho de repressão é importante”, ressalta Fonseca, que contou com o auxílio de 4 representantes das marcas famosas pirateadas.
Durante a investigação, a promotoria identificou fábricas terceirizando a produção ilegal para driblar a fiscalização e escapar da prisão. Hoje, mais de 400 empresas do ramo de confecções atuam na cidade. O MP não tem dados oficiais sobre o número de facções trabalhando na ilegalidade.
“Ocorre que empresas que produzem dentro da legalidade também fabricam uma parcela de produtos piratas”, afirma. A promotoria constatou durante as investigações que os materiais de Apucarana são vendidos em locais com maior movimentação nos estados de Rio de Janeiro e São Paulo.
As quatro representantes das empresas foram autuadas por crime contra a relação de consumo e podem ainda, responder processo por violação de marcas, mas seriam liberadas após pagamento de fiança que, até o fechamento desta edição, não havia sido arbitrada.
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