Ao participar, em Curitiba, de audiência pública para discutir o traçado de vários trechos da Ferrovia Norte Sul, o prefeito de Apucarana, Beto Preto (PT) defendeu a cobrança de ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) das futuras empresas concessionárias. “Os municípios cortados pelas ferrovias assumem os ônus dos transtornos gerados pela operação e nada recebem”, argumentou Beto Preto, que recebeu o apoio de prefeitos de várias regiões do Paraná.
Técnicos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) receberam a proposta do prefeito de Apucarana que, a partir de agora será avaliada em outras instâncias.
Ainda na audiência pública, realizada na sexta-feira (12), Beto Preto e seu vice, Junior da Femac, contestaram a mudança do traçado da Ferrovia Norte-Sul. “Pelo projeto original a nova ferrovia iria interligar Panorama-SP com Apucarana, seguindo pelo Vale do Ivaí até Guarapuava e depois até Paranaguá”, lembrou Beto Preto.
Segundo ele, após interferências políticas o itinerário está sendo alterado, passando direto de São Paulo para o Mato Grosso do Sul, até Maracaju e depois interligando com Guaira, Guarapuva, Lapa, Curitiba e Paranaguá.
“Não podemos admitir essa mudança, que irá prejudicar bastante todo o Norte do Paraná e também o Vale do Ivaí (centro-Norte), em termos de logística. Mais de oitenta por cento dos grandes empreendimentos no Estado estão se concentrando na região metropolitana de Curitiba, devido à logística e redução de custo operacional”, justificou o prefeito de Apucarana.
A manutenção do traçado original também já foi defendida, recentemente, em Brasília pelo prefeito Beto Preto, acompanhado do deputado federal André Vargas (vice-presidente da Câmara Federal), junto à ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
Entre as entidades presentes à reunião estavam representantes das secretarias de Infraestrutura e Logística e do Meio Ambiente, Assembleia Legislativa, e prefeituras de Curitiba, Toledo, Apucarana, Guaíra, Carambeí, Palmeira, Lapa e Maracaju (MS).
Presentes ainda estavam a Ferroeste, Compagas, Fomento Paraná, Ippuc, Valec e UFPR. Entidades de classe como a Fiep, o Iep, a Alcoopar, ALL e Sindicato da Construção Pesada também participaram.
O pacote de investimentos do Governo Federal, anunciado em 2012, para o modal ferroviário é de R$ 100 bilhões e contempla 11 mil km de ferrovias no Brasil. Os projetos entram na nova modelagem para o setor ferroviário que está sendo proposta pelo Governo Federal. Nesse modelo, as operadoras vão cobrar uma espécie de pedágio para os trens
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