Se o pedreiro Florêncio Firmino de Souza concluísse hoje a casa, que constrói sozinho no Jardim Santa Helena, teria uma montanha de terra, pedras e mato a dois metros de sua janela. Por cerca de nove anos, ao invés de asfalto, um trecho do espaço destinado à Rua Presidente Roosevelt recebeu foi entulhos. Hoje, o local mais parece um barranco de sujeira com direito até a pés de bananeira. O Ministério Público (MP) acompanha o caso e a prefeitura diz tratar o assunto como prioridade.
Segundo seo Florêncio, o problema começou logo depois que adquiriu o terreno de 360 m², há nove anos. “A administração da época começou a jogar entulhos, mesmo eu avisando que ali era uma rua. E, agora, virou isso que vocês estão vendo”, lembra.
Segundo as demarcações feitas por ele, há espaço para se fazer, no máximo, um lado da calçada. Os noves metros de rua e os outros três metros de passeio simplesmente sumiram. “Se a prefeitura usar todas as máquinas, deve demorar um mês para tirar todos esses entulhos”, calcula ele, informando que mora de favor com a esposa. “Quero que essa sujeira seja tirada logo para eu vir morar com a minha família”, reivindica Souza, que diz pagar o IPTU regularmente.
Ele até começou a construção da residência, mas a obra não vai poder avançar muito até que alguma providência seja tomada. “Se eu erguer o muro, além de ninguém conseguir passar mais, será preciso um viaduto ou um helicóptero para eu conseguir entrar em casa”, ironiza ele, de forma bem humorada.
PRIORIDADE
Procurado pela reportagem, o secretário de Obras e vice-prefeito, Sebastião Ferreira Martins (Júnior da Femac), disse que tem conhecimento da situação e que busca uma solução para o problema, “que não é simples”. “Nesse momento, as equipes da prefeitura realizam trabalhos pela cidade, que foram atrasados pela chuva. Na sequência, a remoção desses entulhos está entre nossas prioridades”, afirma ele, que também é diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento de Apucarana (Idepplan). Engenheiro civil, Júnior prefere não estimar o peso do material que precisará ser eliminada. “Mas, seguramente, serão necessárias centenas viagens de entulhos até garantir o traçado original”. O procedimento já se encontra no MP, onde aguarda reunião entre as partes envolvidas.
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