O vereador Alcides Ramos Júnior (DEM) não compareceu à sessão da Câmara de Apucarana, ontem à noite, para reassumir sua cadeira no Legislativo. A licença de 120 dias que ele estava cumprindo para tratar de questões pessoais venceu no último dia 19 e nesta terça-feira era o prazo máximo para o vereador retornar à Casa de Leis.
Ontem, no período da tarde, uma pessoa ligada à família protocolou na secretaria da Câmara requerimento assinado por Alcides Ramos pedindo mais 40 dias de licença para tratamento de saúde. Junto com o requerimento foi anexado atestado médico assinado pelo psiquiatra Fábio Tucunduva de Moura, de Londrina. De acordo com o atestado, “o vereador está sob cuidados médicos e precisa afastar-se de suas atividades profissionais por um período de 40 dias”.
A Mesa Executiva da Câmara, tendo à frente o presidente José Airton de Araújo (PR), o Deco, esteve reunida no início da noite para analisar o pedido de licença e decidiu acatá-lo. No entanto, de acordo com decisão da Mesa Executiva, Alcides Ramos não vai receber seus subsídios durante o período de afastamento.
Após consultar a Procuradoria Jurídica da Câmara, os membros da Executiva entenderam que, desde quando tomou posse, no dia 19 de fevereiro, o vereador não participou de nenhuma sessão e também não vai participar nos próximos 40 dias. Desta forma, segundo a Mesa, não seria justo pagar subsídios, porque “o vereador não chegou a assumir seu cargo e exercer na plenitude seu mandato eletivo”.
Ainda ontem à noite, o presidente do Legislativo convocou novamente o suplente de vereador Paulo Farias (DEM), que ocupou a vaga de Alcides durante sua primeira licença, para tomar posse.Mesmo que assumisse sua cadeira na Câmara, ontem, Alcides Ramos não estaria seguro de sua permanência no cargo.
O promotor de Defesa do Patrimônio Público, Eduardo Cabrini, informou à reportagem da Tribuna que poderia pedir seu afastamento. É que, conforme Cabrini, como vereador investido no cargo, Alcides poderia atrapalhar a instrução penal em mais uma ação por improbidade administrativa que está sendo preparada pelo Ministério Público contra ele.
Conforme o promotor, há servidores da Câmara arrolados como testemunha no processo que poderiam sofrer pressão direta ou indiretamente do vereador.Alcides Ramos, que foi presidente da Câmara de Vereadores no mandato anterior, foi reeleito com 2.613 votos, a maior votação entre todos os concorrentes ao Legislativo. No entanto, ele responde a ações de investigações eleitorais e criminais impetradas pelo Ministério Público por suposta compra de votos e desvio de recursos da Câmara.
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