A promotoria da Vara da Infância e Juventude de Apucarana investiga denúncias de suposto abuso sexual e maus tratos que teriam sido praticados no Abrigo do Menor em Apucarana. A instituição é responsável pelo abrigamento e tratamento de crianças e adolescentes em vulnerabilidade sócio-familiar. Os dois funcionários foram afastados preventivamente enquanto a Justiça apura os fatos. Eles poderão ser ouvidos na tarde desta quarta-feira (12).
Segundo o promotor GustavoM Marcel Fernandes Marinho, titular da Vara da Infância e Juventude e responsável pelas investigações, o Ministério Público (MP) recebeu uma denúncia via Disque Denúncia Nacional, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em Brasília, que atende nacionalmente pelo telefone 100. Registrada em novembro, a denúncia coletada pelo órgão nacional relatava a suposta ocorrência de abuso sexual envolvendo internos do Abrigo. “No mesmo dia, pedimos abertura do processo investigativo na Vara da Infância para apurar essa situação”, informa. A denúncia original foi registrada em novembro. No último dia 5 de dezembro, os dois funcionários foram afastados preventivamente de suas funções – um acusado do estupro e o outro pelos maus tratos.
Segundo ele, 14 crianças e adolescentes que são ou já foram atendidos pela instituição já foram ouvidas por psicólogos selecionados pela Justiça. “Agora, começaremos a ouvir testemunhas do caso, mas nada impede que outras crianças sejam ouvidas”, afirma o promotor, que afirma que o atual ponto da investigação exige cautela. “Pelo material coletado não se pode afirmar se eles são ou não responsáveis. Os afastamentos são de caráter preventivo”, esclarece o promotor, sem informar, no entanto, os nomes e os sexos dos investigados. “É precipitado citar nomes porque estamos começando agora, mas a população pode ficar certa que os fatos serão rigorosamente apurados”.
INVESTIGAÇÕES
A presidente do Grupo Soma, que administra a entidade, Siumara Costa, confirma o afastamento dos acusados. Ela diz que está acompanhando as investigações. “Queremos descobrir a verdade o mais rápido possível. Se forem comprovados que eles são culpados, terão que ser punidos. Mas é preciso esperar a conclusão das investigações para não se praticar nenhum tipo de injustiça”, declara.
Atualmente, o Abrigo do Menor atende 24 crianças de 0 a 12 anos com históricos de problemas familiares relacionados à pobreza e às drogas. Eles são atendidos por 15 funcionários e também recebem atendimento psicológico e social. A instituição é mantida com promoções realizadas pelo grupo Soma, bem como por repasses municipais e através do Fundo a Infância e da Adolescência (FIA).
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