O cheiro inconfundível do chocolate aguça paladares em qualquer época do ano, mas na Páscoa, com a tradição de presentear uns aos outros com o doce em forma de ovo, fica quase irresistível não provar um pedaço diante de tanta variedade disponível no mercado. Nobre, hidrogenado ou fracionado, ao leite ou amargo, a iguaria não se rende ao patamar de sobremesa e suscita mitos sobre sua degustação desde seus primeiros consumidores, a civilização maia há mais de 3,5 mil anos.
Uma das lendas que ronda o consumo do cacau é que teria substâncias viciantes. Alguns apaixonados por chocolates se dizem chocólatras por não conseguirem ficar muito tempo sem comer ao menos um bombom, reforçando a ‘teoria’ que este vicia. No entanto, a nutricionista Mônica Vermelho Paovezzi afirma que não existem evidências comprovadas neste sentido. “O que se sabe é que o chocolate possui centenas de substâncias diferentes, entre elas as responsáveis pelo surgimento da sensação de bem-estar e relaxamento”, diz.
De acordo com a especialista, o cacau é rico em carboidratos e gorduras, que ativam a produção de serotonina e endorfina, substâncias que produzem as sensações de prazer e euforia. “Um pequeno problema é que essa sensação passa e logo o organismo pede mais chocolate para de novo sentir as mesmas sensações. Por isso, algumas pessoas acabam comentando que estão ‘viciadas’ em chocolate”, explica.
Mônica ressalta que o alimento mantém o bom humor. Ela explica que isso ocorre porque o cacau contém duas substâncias, cujos nomes são uns verdadeiros palavrões, N-leoletanolamina e N-linoleoiletanolamina, que fazem a sensação de bem-estar durar mais tempo. “Sem falar na fenilalanina e na tirosina, dois aminoácidos precursores da noradrenalina e da dopamina, outra dobradinha envolvida no estado de felicidade natural”, assinala.
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