Ser juiz não é a maravilha que parte da população acredita e que acadêmicos de Direito que almejam. Com a crônica sobrecarga de trabalho e a falta de magistrados no Judiciário, a profissão, apesar da remuneração atraente, cerca de R$ 15 mil iniciais, exige muitos mais do cargo do que se imagina. A Comarca de Apucarana é a terceira do estado em volume de processos.
“Isto aqui é como sacerdócio. Tem que ter vocação, gostar mesmo, caso contrário não aguenta”, afirma o juiz Criminal Katsujo Nakadomari. Os juízes estaduais de Apucarana trabalham com número de processos maior que a média paranaense, que é de 6.163 processos por magistrado. Somando ao total de ações, inquéritos, decisões interlocutórias e outros trâmites cada um dos cinco juízes da Comarca tem 8.652 processos sob sua responsabilidade. A sobrecarga, como em todo o estado, se deve ao reduzido número de magistrados e a maior quantidade de cidadãos em busca de seus direitos, depois da liberdade concedida a partir da Constituição de 1988.
Tanto é que as duas varas cíveis têm 28.919 processos, sendo 13.795 na 1ª vara cível e 15.124 na 2ª vara. O juizado especial tem 5.303 processos, a vara criminal 1.171 processos e 3.953 inquéritos e ações, que podem ser transformados em processos. A vara da família é a única que já está com o sistema Prójud, que é o trâmite virtual de processos. Neste sistema são 863 processos e 3.353 documentos físicos. “Este sistema digitalizado agiliza o trâmite. Mas exige que o promotor e o juiz despachem imediatamente, e que as partes envolvidas estejam atentas ao processo”, diz o juiz Criminal Katsujo Nakadomari.
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