O economista Marcos Cintra (União Brasil), candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Soraya Thronicke (União Brasil), reclamou nesta quinta-feira, 22, da falta de recursos financeiros da campanha presidencial. De acordo com Cintra, tanto ele, quanto Soraya tiveram que cancelar eventos e viagens porque não havia dinheiro suficiente para bancar as hospedagens e os deslocamentos. O partido dela é resultado da fusão do PSL com o DEM e é a maior legenda em termos de fundo eleitoral, com R$ 776,5 milhões.
"Eu cancelei alguns eventos meus e ela também alguns eventos dela. De fato a campanha está tendo alguns problemas internos, mas eu acho que vão ser resolvidos. O que acontece é que a campanha foi paralisada, dela e minha", declarou ao Estadão.
Cintra, que já foi secretário da Receita Federal, afirmou que ele e Soraya não desistiram da candidatura. "Ela paralisou a campanha dela, mas não houve renúncia de ninguém", declarou. "Me parece que está tendo alguns problemas, tanto que eu tive que cancelar um evento no Rio de Janeiro por (não ter) condições de ir, hospedagem, de deslocamento. Está havendo problema de financiamento de algumas atividades".
Soraya Thronicke é senadora em primeiro mandato pelo Mato Grosso do Sul. Ela foi escolhida pelo União Brasil como candidata a presidente de última hora após o deputado Luciano Bivar, presidente da legenda, desistir de disputar o cargo.
De acordo com a prestação de contas dela ao Tribunal Superior Eleitoral, a candidata recebeu R$ 22 milhões de recursos do União Brasil. Ela tem menos menos dinheiro do fundo do que candidatos de partidos menores. Simone Tebet recebeu R$ 30 milhões do MDB, que tem R$ 360,3 milhões de fundo eleitoral, e Ciro Gomes recebeu R$ 33,3 milhões do PDT, que recebeu R$ 253,4 milhões.
Além de receber menos que concorrentes em partidos menores, a campanha de Soraya repassou R$ 3,2 milhões do dinheiro que recebeu do fundo ao diretório pernambucano da legenda, Estado do presidente do União Brasil
Embora tenha uma candidatura própria a presidente, a maioria dos candidatos a governador do partido ignora a campanha de Soraya. ACM Neto, candidato a governador da Bahia, e Ronaldo Caiado, que tenta a reeleição em Goiás, evitam se posicionar sobre a disputa presidencial. Em Estados como Rio, Amazonas, Distrito Federal e Mato Grosso, o partido apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL). Também há uma ala minoritária, como o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que está com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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