Apesar das inúmeras críticas às urnas eletrônicas, principalmente nas redes sociais, nenhum partido político enviou representantes para acompanhar a Cerimônia de Carga e Lacração das máquinas que serão utilizadas nas eleições deste domingo (2) no Fórum Eleitoral de Apucarana. O evento foi realizado entre segunda (19) e sexta-feira (23) da semana passada.
A chefe do cartório eleitoral, Andrea Silva Milanin, explica que a solenidade era pública e, mesmo assim, não houve participação de populares ou delegados de partidos. Na Comarca de Apucarana, que compreende também os municípios de Cambira e Novo Itacolomi, a Justiça Eleitoral preparou 339 urnas para 306 seções, incluindo 33 equipamentos reservas. São 94.621 eleitores aptos a votar em Apucarana, 6.156 em Cambira e 2.798 em Novo Itacolomi.
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“Por conta do clima político, nós esperávamos a presença de representantes de partidos, mas não veio ninguém”, afirma Andrea. Ela observa que essa prática é comum a outras eleições.
“Em 2018, houve também questionamentos ao sistema eletrônico e tampouco houve acompanhamento da lacração das urnas”
- Andrea Silva Milanin, chefe do cartório eleitoral de Apucarana
Até mesmo na auditoria comandada pelo juiz da 28ª Zona Eleitoral, Rogério Tragibo de Campos, com a presença do promotor público eleitoral, Eduardo Cabrini, não houve presença externa, mesmo com a publicidade dada para o evento.
As urnas eletrônicas foram implantadas no Brasil em 1996 e começaram a ser utilizadas dois anos depois – em 1998 – nas cidades com mais de 40.500 eleitores cadastrados, o que incluiu Apucarana e Arapongas na região. Andrea lembra que a cada eleição a segurança das urnas é discutida por um ou outro candidato. No entanto, segundo ela, até agora o maior debate havia ocorrido na eleição presidencial de 2018.
Segundo a chefe do cartório eleitoral de Apucarana, não há motivos para preocupação. “A urna não é ligada à internet e não tem como ser invadida, por exemplo" assinala Andrea. Ela destaca as inúmeras ações do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) para demonstrar a transparência do sistema, que incluiu a realização de Encontros Regionais de Combate à Desinformação e Fomento à Inteligência e à Segurança do Processo Eleitoral e das Urnas Eletrônicas (Enconsegue). Nesses eventos, técnicos de informática do TRE-PR foram até as comarcas para apresentar as camadas de segurança das urnas.
Andrea cita ainda a transmissão na íntegra do teste de Integridade das urnas eletrônicas no domingo (2), anunciada pelo TRE-PR. Será a primeira vez que esse trabalho estará disponível para qualquer pessoa interessada e poderá ser acompanhado ao vivo pelo YouTube. Serão cerca de 30 horas de gravação, inclusive durante a madrugada, sem interrupções.
ARAPONGAS
Em Arapongas, segundo a chefe do cartório eleitoral Mariângela Souza Melo, apenas um representante do PROS acompanhou a Cerimônia de Carga e Lacração das urnas eletrônicas, também realizada na semana passada. A Comarca, que atende ainda Sabáudia, conta com 256 seções e tem 276 urnas carregadas e lacradas para a votação deste domingo (2). São 20 equipamentos extras para uso em eventual emergência.
São 82.690 eleitores aptos a votar em Arapongas e 6.064 em Sabáudia. "As pessoas precisam se informar e participar mais do processo eleitoral. Infelizmente, a maioria das denúncias não tem nenhum sentido e são infundadas", afirma Mariângela.
Urnas na região
Comarca de Apucarana
339 urnas para 306 seções – 33 máquinas extras
Comarca de Arapongas
276 urnas para 256 seções – 20 máquinas extras
Principal novidade
Pela primeira vez, a urna eletrônica liberará a confirmação do voto (no botão verde “Confirma”) após um segundo do preenchimento completo dos números do candidato para cada cargo. Assim, o eleitor poderá conferir se o voto digitado está correto
Modelo
Comarcas de Apucarana e Arapongas vão usar o modelo 2015, as mesmas das últimas eleições. A urna 2020, com design mais moderno, vai estrear apenas em 40% dos municípios do país em 2022
Características de segurança
- As urnas eletrônicas não se conectam a nenhum tipo de rede, internet ou bluetooth;
- Usam o que há de mais moderno em termos de criptografia, assinatura e resumo digitais, garantindo que somente o sistema e programas desenvolvidos pelo TSE e certificados pela Justiça Eleitoral (JE) sejam executados nos equipamentos;
- Garantem a possibilidade de auditoria das urnas, antes, durante e após a votação, pelos partidos e instituições fiscalizadoras que integram a Comissão de Transparência das Eleições (CTE) e pela sociedade em geral;
Fonte: TSE
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