O candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de uma sabatina no "Programa do Ratinho", do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), na noite dessa quinta-feira (22). O petista e o apresentador falaram sobre diversos assuntos, como o aumento do salário mínimo, meio ambiente, picanha e até o golpe contra Dilma Roussef.
A sabatina ocorreu de uma maneira descontraída. Ratinho disse que, apesar das divergências políticas, sempre teve um bom relacionamento com Lula. "Eu posso falar o que eu quiser com o Lula porque me dou muito bem com Lula há muitos anos. Politicamente, às vezes a gente está de um lado ou de outro, mas sempre nos damos muito bem", disse o empresário.
Lula também relembrou de alguns momentos com o jornalista, incluindo uma história com Jô Soares, que morreu em agosto deste ano. “Vou te contar uma história que você não sabe. Você foi na Granja do Torto, levou Bruno e Marrone para comer e por conta daquilo eu tinha uma entrevista com Jô Soares, ele brigou comigo porque você chegou primeiro e nunca mais me convidou para o programa dele”, contou.
Na sequência, Ratinho questiona: “Eu quero saber uma coisa: aquela garrafinha é água que tem lá ou tem uma cachacinha?”. Sem saber o que o apresentador estava se referindo, ele explicou que era a que ele carrega em comício. “Aquilo é água. Estou fazendo tratamento com fonoaudióloga porque estou fazendo muito comício e minha voz está ficando ruim, hoje ela tá boa”, disse o ex-presidente.
No entanto, ele aponta que gosta da bebida e relembrou de momentos com o jornalista. “Mas eu gosto de uma cachacinha, nós já tomamos junto na casa lá do alto da Lapa onde comi a melhor rabada”, afirmou.
Em um certo momento da entrevista, Lula fala sobre seu governo. Aliás, destacou que o comunicador "era mais feliz" durante seu mandato, e Carlos Roberto Massa concordou com o candidato: "É, eu ganhava mais naquela época".
Assuntos fundamentais para a sociedade foram abordados durante a entrevista, e o primeiro a ser explorado foi o salário mínimo. Ratinho indagou Lula sobre como ele aumentaria a remuneração mínima do trabalhador, que respondeu da seguinte forma:
"Aumentando. Deixa eu falar uma coisa, quando eu fui presidente a gente aumentava o salário mínimo. Você repunha aquilo que era a inflação, e você dava o aumento de salário de acordo com o crescimento do PIB. Olha, se PIB crescer 5% você dá, 5%, se o PIB não crescer nada você dá a inflação. Foi assim que nós fizemos durante o nosso governo e por isso o salário mínimo aumentou 77%", afirmou.
Pandemia
O ex-presidente também foi questionado sobre a gestão de Bolsonaro, especificamente durante a pandemia. Lula se mostrou indignado com a atitude tomada pelo governo Bolsonaro frente à pandemia e chamou o atual chefe do Executivo de "ignorante" e "chucrão".
"O Bolsonaro, você sabe que é meio ignorante, ele é meio chucro, ele até falou para você que é meio chucro, fala palavrão. Ele poderia ter montado um comitê de crise, poderia ter ouvido a saúde, ele poderia ter ido no conselho federal de saúde, poderia ter montado um conselho com os principais secretários de saúde dos estados brasileiros, e poderia ter comprado a vacina na hora certa. Ele ficou brincando", disse.
O entrevistador tentou amenizar a situação, alegando a existência da vacina. Inclusive, Lula confirmou o comentário feito por Ratinho e destacou que o Brasil foi um dos primeiros países a receber ofertas da Pfizer, mas a empresa norte-americana não obteve respostas imediatas do governo.
"O Brasil foi dos primeiros países a receber a oferta de vacina. Ele não comprou porque ele não acreditava na vacina no começo, Ratinho! Ele fazia, ele zombava da pandemia, ele brincava."
Dilma Roussef
Sobre Dilma, Lula explicou o que são as pedaladas fiscais e afirmou que todos os presidentes usaram desse expediente na prestação de contas. "Fernando Henrique Cardoso fez, eu fiz e todos os presidentes fizeram. Chega no fim do ano, você às vezes não tem o dinheiro para fechar o caixa, você pega dinheiro de outros programas, coloca lá e depois você repõe. Meu caro, isso é normal, inventaram um golpe e foi um golpe".
Em resposta, Ratinho afirmou que até hoje não sabia o que eram as pedaladas fiscais, justificativa para o processo de impeachment da presidenta Dilma Roussef.
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