Após perder os dois braços em um acidente com uma máquina agrícola aos 4 anos, a palestrante Daniele Amaral, de Arapuã, no Paraná, conhecida também como Dani, enfrentou diversas batalhas e se reinventou. Com o passar dos anos, ela foi aprendendo a fazer atividades do dia a dia, como se maquiar e cuidar de casa.
Aos 27 anos, ela faz sucesso nas redes sociais ao mostrar o seu dia a dia. Ela soma quase 100 mil seguidores no Instagram. “Meu principal objetivo é inspirar pessoas e falar sobre o poder da força de vontade. Atuo como influencer e youtuber, mas meu trabalho principal atualmente é como palestrante na área da antifragilidade”, explica Dani, que já atuou em 9 estados brasileiros e mesmo com a pandemia do novo coronavírus, faz palestras online.
Por não ter os braços, a paranaense passou a usar as pernas e os pés para garantir a autonomia. Ela se maquia, dirige, cozinha, limpa a casa sem precisar de ajuda de ninguém. “Conforme fui crescendo, a vontade de ficar independente foi aumentando também. Por isso, fui aprendendo a fazer as atividades do dia a dia com os pés, algo que também durante minha infância”, explica.
Com um carro sem adaptações para sua necessidade, Dani também aprendeu a dirigir com os pés, o que a torna ainda mais independente. “Esse foi o maior desafio até hoje”, acrescenta. Casada há 6 anos, ela conta que o que mais chamou a atenção quando conheceu o marido Raí, ainda na adolescência, era a forma natural que ele a tratava.
“O Raí sempre me tratou de forma igual, sem diferenças. Além disso, ele é super parceiro, faz a parte dele. As tarefas em casa são divididas, mas não porque não consigo fazer, é porque ele sabe de sua responsabilidade. Pretendemos futuramente ter filhos, mas por enquanto, não”, afirma.
O acidente
Quando tinha apenas 4 anos, Daniele conta que sofreu um acidente com um maquinário agrícola onde morava, em Pau D’Alho do Sul, distrito de Assaí. O primeiro milagre na vida da palestrante foi chegar com vida à um hospital em Londrina, a aproximadamente 70 quilômetros do local do acidente, após perder muito sangue. “Perdi os braços, fiquei oito dias em casa e quase 50 dias internada em Londrina", conta.
Outra batalha foi que os pais de Dani nunca tinham vivido, nem conheciam ninguém com a mesma deficiência que a filha. “Fomos nos adaptando do jeito que dava. Durante a fisioterapia, os profissionais já me estimulavam a fazer as tarefas diárias sozinha e minha mãe foi ajudando sempre. Depois, conforme fui crescendo, fui buscando alternativas de fazer tudo sozinha e foi dando certo”, recorda.
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