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    Perspectivas de desenvolvimento para 2024
    Foto por Foto ilustrativa/Pixabay
    Escrito por Da Redação
    Publicado em 13.01.2024, 12:38:39 Editado em 13.01.2024, 12:38:43
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    Verifica-se nos países subdesenvolvidos uma grande necessidade de emparelharem seu processo de crescimento e desenvolvimento junto aos países desenvolvidos, até para poderem tratar do comércio internacional sem grandes desnivelamentos. E, por que o processo de economia externa é tão importante dentro desse contexto? Porque em momentos de forte crise, as relações econômicas e políticas entre economias, ou nações tende a passar por fortes ajustes e muito depende de como cada economia lida com a crise e seu planejamento de longo prazo.

    Tratamos as economias externas como importantes bônus para o crescimento nacional e regional. Esse foco, na década de 1950, com o plano Marshall de recuperação econômica, foi muito importante para elevar a integração externa e o crescimento das nações. Havia, no entanto, um consenso de que as nações menos desenvolvidas deveriam integrar-se às mais desenvolvidas para emparelharem seus padrões de crescimento. O processo de integração passou a exigir dos países subdesenvolvidos um arranque no seu processo de crescimento e desenvolvimento – fundados em planejamentos integrados de todos os setores – porque os países menos desenvolvidos precisavam se aproximar das economias desenvolvidas e, com isso, entre muitas outras ações, estradas de terra passaram a ganhar asfalto ainda que para o volume de circulação fosse necessário apenas uma estrada de terra.

    De novo, no pensamento, está presente a crise no país e no mundo. O que o mundo precisa acreditar, contudo, é que superado as adversidades como as geradas pela Covid-19, tem-se a possibilidade de retornar ao crescimento, que pode ser exemplar como aquele do pós-década de 50. O que estamos vendo recentemente, todavia, são o empobrecimento das empresas - com a redução de seus capitais empenhados nas bolsas -, o estancamento de suas atividades produtivas e a redução da renda de todos os trabalhadores. A consequência de tudo isso é a de que temos em 2024 um cenário que poderá impactar e comprometer seriamente os próximos 3 a 5 anos, urge o ressurgimento de forte planejamento e novos investimentos com parcerias público/privadas.

    Este é o cenário da crise onde o PIB do país tende, em 2024, a alcançar o máximo de 2%; as taxas de juros precisam se reduzir para compensar a queda nos investimentos; o volume de consumo pode se reduzir porque a taxa de salários está em queda; a inflação tende à sua estabilidade, embora possa sofrer alguns soluços de alta e de baixa em função de oscilações cíclicas setoriais, por descompasso no abastecimento, mas os preços tendem à normalidade em função da retração da renda geral. As taxas de investimentos que já estavam estacionadas pelas políticas públicas restritivas, tendem a se contrair ainda mais, se o setor público não atuar com firmeza com ações de políticas indutivas, é a crise que pode estacionar-se no colo de todos, se novos planejamentos e investimentos não forem urgentemente empenhados.

    Os sinais desta severa crise – que teima em manter as empresas no limo do fundo do poço – o planejamento macroeconômico precisa ressurgir com força e mudar o drive das políticas restritivas para políticas indutivas, sem se esquecer da proteção salarial e encampar a responsabilidade de reorganizar a atividade produtiva. O planejamento precisa envolver todos os setores para, em primeiro plano, recuperar a atividade produtiva, voltando aos patamares anteriores da crise Covid-19 e, a partir de agora, destravar e ampliar investimentos que ficaram parados no período de crise. Essa é a grande missão do planejamento macroeconômico, regional e local, para a recuperação do produto interno bruto e da renda das famílias.

    O crescimento poderá vir, mas não na velocidade que se esperava. O olhar do crescimento terá que se direcionar para a distribuição da renda, não basta somente crescer, mas é preciso aprimorar a divisão do bolo, para não se cair na armadilha da década perdida dos anos 80. As empresas tendem a passar por fortes rearranjos nos seus modelos de produção, o consumo das famílias tende a passar por severa verificação de não desperdícios – aquilo que sobra para alguém pode faltar para outro. – No campo da evolução política, fortes ajustes internacionais poderão ocorrer, é possível que ao final desta crise econômica, algumas nações saiam com maior poder de mando que outras e tenha-se novas realidades.

    Poderão ocorrer alguns processos de união ao longo do caminho para debelar a crise, bem como poderão ocorrer fortes obstruções e rupturas, que separam grandes áreas produtivas de grandes áreas de consumo. A política interna das nações – com seus embates – pode impactar fortemente no processo de reorganização de todo sistema produtivo. Como a crise é mundial, pode aparecer pouca gente com muito e muita gente sem nada e isso tende a ser a senha para novas estruturas e novos rearranjos nos próximos anos. Um despertar para uma nova realidade de produção e consumo. As economias que não estão preparadas para o enfrentamento desta atual crise, ou que reúnem menores condições financeiras e de aporte a indução de investimentos setoriais, poderão ter seus períodos de crise alongados com reduzido crescimento de seu PIB. O desgaste emocional e físico está presente principalmente em setores de tecnologia madura e que não acompanham o processo tecnológico; mas, manter um volume de investimentos públicos significativos, como EUA e China, pode ser importante e necessário para debelar o processo de crise.

    Passado o período de crise, algumas regiões melhor preparadas passarão a ganhar aporte de investimentos empresariais à frente de outras. Os governos regionais poderão enfrentar fortes migrações e precisam trabalhar a interiorização dos investimentos, para que as ilhas de pobreza não se proliferem. A educação precisa ser recuperada, em todas as instâncias e receber maiores aportes de investimentos, como uma forma de levar o processo de desenvolvimento dos grandes centros para o interior; na saúde pode-se internalizar novos protocolos de ações e de integração regional e de preferência diante das políticas governamentais. Tudo isso é um conjunto que está sofrendo fortes impactos depois da pandemia e de transformações políticas, que mexeu com a vida de todos, que está impactou no processo de emprego, na criação, geração e detenção da renda e, nos hábitos e consumo das famílias. Novos impactos na competitividade das economias em relação ao mundo externo, tem-se que desenvolver novas formas criativas de investimentos, tudo para que a vida – com planejamento no longo prazo – possa voltar a fluir com crescimento e prosperidade com recursos presentes em todos os setores da sociedade.

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    Paulo Cruz

    Paulo Cruz

    Paulo Cruz, doutor em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, professor de Economia da Universidade Estadual do Paraná, campus de Apucarana, escreve sobre temas relacionados a área

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