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    O Exemplo Japonês de Arranjo Produtivo Local (APL)

    Escrito por Da Redação
    Publicado em 22.08.2023, 18:38:20 Editado em 22.08.2023, 18:38:16
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    Alguns APLs – Arranjos Produtivos Locais – com o apoio de universidades, visam criar atividades econômicas e ambientes locais de APLs orientados. Muitos APLs parecem ser iguais, mas não são, porque os APLs espontâneos têm forte influência da cultura local e trazem em sua constituição uma maior independência coordenativa. Pode haver forte interação com aglomerações industriais difusas, neste caso são APLs diversos, constituídos por meio de ações de políticas de desenvolvimento regional, que convivem em regiões próximas, ou lado a lado. Em Cambridge, existe a agência de Cambridge que aconteceu espontaneamente e funciona difusamente em escala local. O Silicon Valley, para alta tecnologia, dos EUA – nascido por iniciativas populares e – depois influenciado por políticas de ações de desenvolvimento – tem maior influência por sua maior escala. E, nas esteiras da política, temos a integração, por meio de estratégias de produção e de mercado, cotidianamente ajustadas.

    Tem-se o exemplo de políticas nacionais do Reino Unido, em processamento de alimentos, da parte de máquinas e equipamentos, vidros, plásticos e embalagens, contando com institutos de pesquisa e desenvolvimento. Fazem cerca de 15% da produção de aves do Reino Unido e, ainda, de plantações, cultivo e venda por atacado de frutas e vegetais e são, ainda, representativos na produção de açúcar, e de 12% do alimento preparado (foods). Há os APLs de química e plástico, com fibras artificiais, acabamento têxtil, plástico e pinturas para tingimentos. São APLs que, como toda indústria, têm suas interrelações.

    No Japão, vem-se tentando a desconcentração de toda a área da região metropolitana de Tóquio. Entre 2010 e 2020, desenvolveram-se programas envolvendo cerca de 18.200 pequenas e médias empresas regionais, com cerca de 560 universidades. Busca-se trabalhar o fortalecimento do poder organizacional e o objetivo é o de desenvolver um ambiente de negócios frenéticos em inovação e tecnologias, com a criação de negócios de efeitos de espraiamentos sinérgicos com o conjunto da indústria local. Na forma de políticas locais direcionadas ao fomento de formação de APLs específicos, aproveita-se das capacidades locais e da alta infraestrutura e qualificação técnica disponível, especialmente do importante assessoramento e ajuda das universidades presentes, na construção e consolidação dos APLs. Então, aqui, ou no Japão, a formatação é muito parecida.

    Os exemplos de ações são elos em formação com APLs inteligentes. Os APLs de alta tecnologia recebem apoio do ministério da economia, indústria e comércio e da educação. Os APLs intelectuais vêm-se intensificando desde 2002, amparados, por meio de um programa de cooperação entre os ministérios que dão assistência aos projetos, desde o seu nascimento até a prática comercial. Pós 2007, vinte seis projetos em consórcio, buscaram práticas das sementes tecnológicas nos APLs intelectuais. É o exemplo da governança nacional japonesa, com a integração com os ministérios de apoio, que reiniciam novos focos de projetos, baseados na experiência de APLs, que em microrregiões como de Apucarana, Arapongas, Londrina e Maringá, podem oferecer positivos resultados, em conjunto com o apoio das universidades locais.

    No Brasil, são incubadoras, parques tecnológicos e a transferência de novas empresas para os APLs. Colocar empresas dos APLs nas incubadoras, entretanto, em geral é para resolver gargalos. Entre 2010-2020, no Japão, alguns ministérios expuseram seus esforços quando trinta e três seminários regionais foram patrocinados nas micro regiões. As políticas dos ministérios têm sido aplicadas e comercializadas pelos ministérios da Economia, Comércio e Indústria e os resultados têm suscitado novas pesquisas. Os Ministérios da Economia, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio brasileiros, têm reiniciado implicações nestas importantes questões do desenvolvimento regional. No Brasil, um terço das incubadoras, integrantes de APLs são de alta tecnologia. Tem-se de haver, todavia, complementaridade e organização de cooperação para obter ganhos.

    No Japão, desde 2002, tem-se diferentes projetos na iniciativa de APLs de conhecimento que se intensificou entre 2010-2020, por meio da inserção de recursos ao orçamento, para o qual se destina, e como se dá a colaboração entre os ministérios da Economia, Indústria e Comércio e Educação. Essa é a grande questão: intensificar o inter-relacionamento entre os atores. No Brasil, quase todos os estados da federação trabalham com APLs, mas o que está sendo feito sobre pesquisa, desenvolvimento e inovação ainda tem baixa ligação, porque primeiro a inovação vai ao mercado e só depois de chancelada pelo mercado se dissemina em APLs.

    Por Paulo Cruz Correia. 

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    Paulo Cruz

    Paulo Cruz

    Paulo Cruz, doutor em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, professor de Economia da Universidade Estadual do Paraná, campus de Apucarana, escreve sobre temas relacionados a área

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