O desenvolvimento regional é uma caixinha de surpresas que não ocorre de forma igual em todos os lugares. O conjunto de atividades econômicas - local ou regional - pode ser fortemente desenvolvido pelas forças de produção e consumos locais, mas também pode ser estimulado, para o caso de vendas para outras regiões do país ou exportações para variadas regiões do mundo. Muitas regiões conseguem forte crescimento econômico orientado para a produção de produtos exportáveis. Esses aspectos são amplamente favorecidos por questões de vantagens comparativas locais e são trabalhadas para atingir o alto padrão competitivo. Podem ser ainda impulsionadas por fatores de necessidades de demandas externas à região, localizados dentro do país ou fora dele. Algumas regiões ganham destaque e passam a ser um marco para determinados produtos, como os calçados de Novo Hamburgo/RS e Franca/SP; flores de Holambra/SP, rosas de Barbacena/MG, sempre vivas de Diamantina/MG; frutas no vale do rio São Francisco, na divisa da Bahia com Pernambuco, entre outros.
O passo seguinte é trabalhar as condições de infraestrutura física, capazes de permitir que as distâncias de mercado sejam vencidas, não se devendo esquecer da capacitação dos recursos humanos que vão dar suporte para que tudo possa ocorrer a contento, além das questões de disponibilidade de capital para investimentos. Esse conjunto de fatores vai impactar na qualidade dos bens e serviços produzidos pelos agentes locais, inseridos ou não nas aglomerações produtivas, além de serem fatores que podem permitir o crescimento contínuo de economias externas e de escala. Quanto mais a região vai se aprimorando na produção, no transporte e escoamento daquilo que é produzido, a capacitação dos agentes empresariais junto com a dos trabalhadores, vai formando uma especialização conjunta para a competição local, nacional e internacional. As micro e pequenas regiões precisam parar de se enfrentar, e se unirem.
Dentro de uma região metropolitana tem-se as indústrias que são as unidades produtivas de base que produzem commodities como a soja, o trigo, frango, boi, embutidos, bonés, móveis, calçados, hortaliças, farelo de soja, ração, fubá, óleo de soja, o defumado, entre tantos outros produtos localmente produzidos. Esses podem ser o carro chefe de uma pauta exportadora. Alguns desses segmentos fazem parte da base industrial mais forte local e, produtos de outros segmentos, ainda em fase de formação, de melhorias e adaptação, alcançam o melhor nível de processo produtivo. Os produtos ainda não básicos, em fase de aprimoração de desenvolvimento podem fazer parte de uma futura pauta de exportação. Deve-se partir da habilidade regional produtiva, com vantagens comparativas em relação a outras regiões e ir remodelando a capacidade produtiva regional.
Essa gama de produtos ainda não pronta para exportação, - mas que podem vir a ser - são um forte complemento da pauta exportadora local e da região metropolitana, ao lado dos produtos que estão em franco desenvolvimento de produção, venda, entrega e consumo. Devem ir, aos poucos, ganhando condições de integrar as futuras pautas exportadoras.
O que impede que algumas regiões ganhem em força competitiva, no mercado nacional e internacional, são as condições de infraestrutura. Quando se tem essas adequadas condições já é meio caminho andado, para que todo o restante do processo possa ocorrer, embora cada região tenha seu tempo de maturação. As atividades não básicas para a exportação, mas que fazem parte da cesta cotidiana de consumo dos produtores locais e regionais, ainda que não produzidos em grande escala, podem vir a ser integrantes de futura pauta de exportação, partindo-se de importantes ajustes para que a produtividade cresça e acompanhe os padrões de qualidade exigidos pelos mercados importadores, iniciando sua trajetória por mercados selecionados.
Temos, então, atividades formadas na indústria de base exportadora e na não de base, em que uma deve complementar a outra, ao lado de condições de produtividade, qualidade, escoamento da produção, tudo isso amparado no tripé: coordenação das atividades regionais, infraestrutura adequada e financiamento das atividades exportadoras. Assegura-se o todo da produção de uma região metropolitana, envolvendo a proximidade dos fatores de produção físicos, mais as habilidades dos trabalhadores, com condições de produzir para mercados exigentes, além de condições de avançar nas especializações dos produtos.
A questão tecnológica, os avanços técnicos - para alcançar os padrões exigidos pelos mercados internacionais - devem se suceder, sendo importantes também os intercâmbios de informações, entre produtores e consumidores. Os métodos de produção devem ser cada vez mais aperfeiçoados com visitas a feiras internacionais e a integração dos agentes locais ou regionais para que todos possam crescer dentro de um avançado padrão de qualidade. Isso depende de organização dos agentes regionais - coordenadores, produtores, fomentadores e financiadores - todos juntos atuando em prol do desenvolvimento da região metropolitana.
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