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    A união de atores para o desenvolvimento regional

    Escrito por Da Redação
    Publicado em 04.08.2023, 14:47:45 Editado em 04.08.2023, 14:47:42
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    A macroeconomia gira em torno dos processos de ajustes por ciclos, esses ciclos tendem a ser equilibrados, ou carecem de ações para o seu equilíbrio. O novo arcabouço fiscal busca promover ajuste em relação a este equilíbrio, do ponto de vista que traz novamente o Estado para reativar investimentos públicos, que estavam deprimidos nos momentos de crise e de baixo crescimento. O Estado se reflete como o grande pai de todos, e de todos os setores, isso é fortemente recorrente quando se analisam as crises econômicas. Países que conseguem encontrar caminhos para ativar parcerias entre o público e o privado, sem que cada um perca a sua identidade, conseguem em nível macroeconômico construir um alto potencial de crescimento e desenvolvimento, o caso chinês está aí como um grande exemplo.

    A China reflete o maior exemplo de parcerias multilaterais. Essa é uma possibilidade que abre portas para o crescimento e o desenvolvimento regional. Outras políticas fiscais e monetárias também podem ser amplamente utilizadas, é o caso nos Estados Unidos em que se utilizam amplamente dos incentivos fiscais, como uma forma de retomar a sua expressão industrial perdida para a China que atualmente ocupa cerca de 34% do mercado industrial mundial. Ocorrem de tal forma que o crescimento e o desenvolvimento macro e micro regional precisam encontrar novas formas de inter-relacionarem-se e de explorar novos potenciais de parcerias. Atualmente, para os níveis macroeconômico e microrregional, intermunicipal e municipal, o grande segredo do processo de crescimento e desenvolvimento regional passa pela arte de unir e trabalhar os atores, cada um em suas respectivas dimensões e esferas. Quando esse entendimento é alcançado, grande parte das barreiras cai por terra e novas ações de implementação são desenhadas, articuladas e postas em práticas com potenciais resultados aflorados.

    Os recursos existentes são como uma riqueza em potencial que está sempre olhando para frente, num claro entendimento de que o que gera renda é o gasto, não é porque se tem renda que se gasta, mas é o gasto direcionado para novos investimentos que vão gerar novas receitas fiscais. Essas receitas, em todas as esferas, vão promover o crescimento da renda. Vão permitir que novos aportes de distribuição possam ser desenhados e, para isso, é preciso que os atores estejam inter-relacionados, como numa grande cadeia, seguindo o exemplo de uma grande rede de empresas dentro das quais, as regras de sua cultura empresarial, promovem ciclo a ciclo novos estágios de crescimento, sempre alinhando e melhorando a relação com suas parcerias internas e externas.

    Este é o modelo gerador que ativa novos circuitos de renda, seja nas famílias, seja nas empresas. É o fluxo do gasto que impulsiona novas ações de parcerias; que vem após um ciclo e outro; que estimula as empresas, as regiões macroeconômicas, microeconômicas, do município e de diversos municípios vizinhos parceiros que vivem e convivem um ao lado do outro. É sempre um gasto novo que gera novas rendas. Do ponto de vista macroeconômico não é preciso ter renda para gastar, mas é preciso gastar para obter novas rendas e fazer o sistema como um todo, a cada ciclo, ampliar seu volume de gastos e gerar novas rendas. Este é um processo que anda para a frente, com alinhamento perfeito entre os atores seja em que esfera for.

    Depois do realinhamento de todos os atores e planejadores que buscam objetivos que se combinam, passam pelo foco da implementação e da intensificação do desenvolvimento da ciência e tecnologia em cada uma das esferas. Para isso é preciso olhar a educação com muito carinho, porque é ela quem vai oferecer o arcabouço e a sustentação para que os aportes tecnológicos utilizados e desenvolvidos possam prosperar e passar por novas fases e etapas de aperfeiçoamento e de geração de novos focos tecnológicos. Sem a valorização da educação e de um olhar de longo prazo, pode-se condenar uma região macro, micro, ou meso econômica - como um país, um estado - à sua estagnação no crescimento e no desenvolvimento, produzindo gerações de caboclos sem a necessária expertise, incapazes de produzir crescimento e desenvolvimento econômico. O outro lado é selecionar setores quanto às possibilidades de expansão, que vão dar vazão lá na frente ao processo de expansão tecnológica - como é o caso do setor energético - à exploração de novas matrizes energéticas em alinhamento com a busca da sustentabilidade e da valorização do meio ambiente.

    Para dar vazão a um novo processo de crescimento e desenvolvimento, é preciso destravar o crédito, pois ele aqui aparece como questão crucial, ao mesmo tempo que isso exige a redução da taxa de juros, exigindo, também, o olhar para a redução do processo de rentismo. Mesmo a empresa privatizada, ela se encaixa no processo de rentismo, porque se pega um ativo que já existe e se passa a extrair valor a partir dele, seja para empresas adquiridas, seja para projetos que já estão em andamento. Nesse caso é preciso novos ajustes, encaminhando os recursos e os gastos disponíveis, para novos aportes produtivos em setores, principalmente os selecionados, como os de resposta mais rápida para o processo de crescimento e desenvolvimento econômico, até que todo esse arcabouço possa se espalhar para todos os setores econômicos, reduzindo o nanismo da economia e sua mesmice, recolocando-a numa trajetória de processo de crescimento sustentável, como é o caso das duas maiores economias do mundo. Por um longo período de tempo, busca-se trilhar por esses caminhos que as levaram ao sucesso.

    A alta da taxa de juros também pode levar a desvalorização de ativos. Neste caso a política fiscal e monetária passa a ser direcionada com controle de crédito, para que não haja bolhas ao longo do processo. Em última instância, é preciso trabalhar na construção de alinhamento dos atores, verificando-se que estes entendam o crescimento e o desenvolvimento econômico como um processo, semelhante à constituição, maturação e expansão das empresas, para que aqueles que possuem papéis importantes ao longo de determinada corrente, que em cadeia envolvem elos de decisões de determinada rede, possam assumir esse papel ativando a coordenação de toda a sua inter-relação, buscando dar respostas aos objetivos propostos para o crescimento e o desenvolvimento regional, com ganhos para todos os lados e para todos os atores envolvidos.

    Texto por Paulo Cruz Correia

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    Paulo Cruz

    Paulo Cruz

    Paulo Cruz, doutor em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, professor de Economia da Universidade Estadual do Paraná, campus de Apucarana, escreve sobre temas relacionados a área

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