É um conjunto de etapas consecutivas pelas quais passam e vão sendo transformados e transferidos os diversos insumos utilizados na confecção de um produto. Pode ser a articulação presente entre diferentes setores e segmentos econômicos. Ainda pode ser um conjunto de atividades que percorre diversas etapas de processamento e montagem que transformam as matérias-primas em produtos finais.
As cadeias produtivas resultam da crescente divisão do trabalho e de uma maior interdependência dos agentes econômicos. Cada um faz aquilo que sabe fazer de melhor. As cadeias surgem em decorrência de um duplo processo. Primeiro, pelo processo de desintegração vertical e especialização técnica e social e, segundo, pelas pressões competitivas, por maior integração e coordenação das atividades, ao longo das cadeias, que reforçam as articulações entre as empresas.
Em cadeias produtivas, a análise prospectiva é uma técnica de planejamento utilizada para melhorar a base de informação disponível aos gestores, melhorando a tomada de decisão gerencial; a análise prospectiva da cadeia produtiva objetiva a identificação de fatores críticos limitantes ao desempenho atual, passado e futuro da cadeia, e de oportunidades à melhoria desse desempenho. A prospecção tecnológica em cadeias produtivas compreende duas importantes etapas: a análise diagnóstica e a análise prognóstica.
A análise diagnóstica, é uma técnica frequentemente utilizada e que consiste na elaboração de um modelo do tipo fluxograma para a cadeia produtiva e das relações e fluxos entre seus diversos segmentos. O fluxograma vai servir como um mapa das interações entre os elos e segmentos. Este modelo é uma representação aproximada da realidade que - frequentemente ajustado ao longo do processo de análise - deve identificar as operações que compõem o processo produtivo dentro de determinado segmento, ou empresa. Um processo produtivo é o conjunto de operações encadeadas e inter-relacionadas, executados em uma determinada estrutura produtiva, para transformar os insumos em produtos finais. Os processos produtivos auxiliam na identificação de pontos em que poderão estar ocorrendo perdas significativas.
A análise diagnóstica, deve observar o complexo conflito de interesses competitivos existentes na cadeia, geralmente, determinado pelos conflituosos objetivos de seus componentes. O maior dos objetivos da cadeia produtiva é suprir o consumidor final por meio de seus produtos e sub-produtos. Esses objetivos estão estreitamente colados à eficiência do sistema, à qualidade de seus processos e produtos e à sua competitividade e, comparado-se com outros sistemas, à equidade na distribuição dos benefícios, e à sustentabilidade do meio ambiente. Escolher um ou mais desses objetivos de desempenho é fundamental, para se definir critérios de análise diagnóstica.
A análise deve concentrar-se nos aspectos mais relevantes do desempenho da cadeia. A determinação de objetivos segue as indicações dos dados coletados e das informações colhidas junto às organizações, associações e entidades representativas dos diversos elos da cadeia, visando identificar suas necessidades e aspirações de desempenho. Em geral, necessidades voltadas para preços indicam busca de eficiência, e a preocupação com as características técnicas de produtos e processos indicam a busca por qualidade e seu aperfeiçoamento. Ao longo da cadeia, fornecedores de insumos podem buscar vender a preços mais altos, enquanto instituições representantes de segmentos compradores trabalham para que esses produtos - insumos - sejam ofertados ao menor preço. É neste ponto que aparecem os conflitos dentro da cadeia que exigem coordenação.
A análise prognóstica, diz respeito as sugestões de melhorias para o bom funcionamento da cadeia e aqui entra em campo o papel da coordenação da cadeia que tem a missão de promover a gestão dos empresários dessa cadeia, envolvendo competição e cooperação entre seus elos e componentes. Largamente, isso se dá por meio de contratos formais e informais através de intervenções, via definições políticas e normas definidoras de rotinas. Os elos e componentes podem ter atitudes cooperativas ou conflituosas. Seguindo um modelo ganha–ganha, os elos deveriam ser cooperativos, assegurando a vigência do negócio à cadeia, ficando a competição entre componentes de um mesmo elo.
O objetivo final da cadeia produtiva é suprir o consumidor final de produtos, em qualidade, quantidade e a preços competitivos. É forte a influência do consumidor final sobre os componentes da cadeia. Aos componentes é importante conhecer as demandas do mercado consumidor, a fim de garantir a sustentabilidade de sua cadeia produtiva, onde circulam fluxos de capitais, iniciando-se nos consumidores finais, percorrendo uma trajetória em direção ao elo final da cadeia. Logo, o conceito de cadeias produtivas remete a uma abstração, importante, para se analisar e identificar o comportamento dos fluxos de capitais e materiais presentes. Os fluxos e refluxos na cadeia produtiva são regulados por meio das relações formais e informais presentes nas interações dos diferentes atores e organizações abrigados pela cadeia.