O varejo mundial está atravessando uma transformação silenciosa, porém profunda. Mais do que produtos ou preços, o que move o consumidor hoje são conexões autênticas, experiências memoráveis e valores alinhados ao seu modo de vida. É esse cenário que a NRF 2025, o maior evento global de varejo, revelou de forma clara — e que precisamos trazer para nossa realidade local.
Em um ambiente de alta tecnologia e mudanças rápidas, o retorno ao essencial é a grande tendência: queremos ser vistos, ouvidos e entendidos. A loja física, por exemplo, longe de estar ameaçada, reafirma seu valor. Segundo dados apresentados na NRF, 88% dos consumidores desejam comprar presencialmente com mais frequência. Eles não buscam apenas conveniência; buscam experiências acolhedoras, atendimento humano e produtos cuidadosamente curados, muitas vezes vindos do próprio bairro.
Além disso, a personalização ganha força como nunca. O consumidor atual deseja soluções que respeitem sua individualidade e suas preferências únicas. Seja na curadoria de produtos em lojas físicas, seja na interação digital mediada por inteligência artificial (IA) invisível — aquela que atua de forma estratégica e natural, sem alardes — o foco está em simplificar a vida do cliente e construir laços duradouros.
Outro ponto destacado na NRF foi o crescimento do "social commerce", em que redes sociais deixam de ser apenas vitrines e se tornam espaços de compra, troca e construção de comunidades. Não basta estar presente no digital: é preciso interagir de forma real, promovendo conversas, escutando, cocriando.
A busca por sustentabilidade também é um movimento que deixou de ser tendência para se tornar imperativo. Consumidores estão cada vez mais atentos à responsabilidade socioambiental das marcas. E o varejo que adotar práticas de circularidade, biodesign e otimização de processos desde já, além de atender a uma demanda crescente, também garantirá sua sobrevivência no futuro.
Por fim, num mundo carregado de incertezas e estresse, o poder da diversão ganhou espaço como estratégia relevante. Marcas que conseguem gerar momentos de alegria genuína, através de experiências lúdicas e criativas, criam vínculos emocionais fortes e tornam-se memoráveis.
Inovar no varejo, portanto, não é apenas adotar novas tecnologias ou mudar layouts. É entender profundamente as novas necessidades emocionais e práticas do consumidor contemporâneo. É criar espaços que emocionam, plataformas que conectam e experiências que acolhem.
Estamos diante de uma grande oportunidade: redesenhar o varejo para que ele volte a ser um espaço de encontro, de pertencimento e de transformação. A inovação, mais do que nunca, é sobre pessoas.