Aos 81 anos, Apucarana precisa se preparar para o futuro com diversificação econômica, obras estruturantes e sustentabilidade. Esses são alguns dos pontos que o prefeito Rodolfo Mota (União Brasil) defende a respeito da evolução da cidade. Em entrevista, Mota destacou os investimentos necessários para melhorar a qualidade de vida da população e as estratégias para o desenvolvimento de novos setores econômicos e os desafios encontrados no início do seu mandato
Cidades de muitas vocações
Apucarana tem uma história marcada por diferentes ciclos de desenvolvimento, desde a produção de feijão e café até a consolidação do polo de confecções, com destaque para a produção de bonés. Para o prefeito, a cidade tem vocações claras, com destaque para o polo têxtil. “A cidade tem muitas vocações e está estrategicamente localizada, próxima de São Paulo, com saída para nossa capital e Mato Grosso do Sul. Somos referência na confecção de bonés, mas sabemos que ainda há muito a fazer. Comemorar os 81 anos de Apucarana é olhar para o futuro e pensar no que podemos fazer para melhorar ainda mais a nossa cidade”, afirmou Rodolfo Mota.
Para o prefeito, é essencial cuidar do que já é forte na cidade, como o polo de confecção, que emprega mais de 20 mil trabalhadores. No entanto, ele destaca que é necessário criar mecanismos para formalizar pequenos negócios e oferecer qualificação profissional, especialmente na área da confecção. “O município precisa ser indutor da formalização, ajudando os pequenos empreendedores a regularizar suas facções e oferecendo cursos de qualificação. Temos uma grande demanda por mão de obra especializada e a prefeitura pode ajudar a preencher essa lacuna com programas de treinamento”, explica.
O prefeito destacou a necessidade de apoiar os empresários que já estão estabelecidos. No entanto, Rodolfo apontou que a prefeitura ainda não encontrou um plano estruturado para o setor que mais emprega na cidade. “Em poucos dias que cheguei na prefeitura, não encontramos um projeto para a confecção”, afirmou. Para ele, o maior desafio é a falta de planejamento a longo prazo, e o foco será criar uma estratégia que abarque a formalização do setor, o incentivo à qualificação da mão de obra e a adaptação às novas tecnologias.
Além de reforçar a importância da indústria têxtil, o prefeito também enfatizou a necessidade de diversificação econômica. Para isso, é preciso atrair novos investimentos e criar alternativas de trabalho para a população, especialmente para os jovens. “Não podemos depender apenas da confecção. Apucarana precisa ser dinâmica, precisa acontecer. Estamos olhando para setores como agrodefensivos, curtumes e tecnologia. Mas a cidade só vai atrair novos investimentos se estivermos avançando em infraestrutura e criando um ambiente propício para o crescimento”, afirma Mota.
Investindo em infraestrutura: o projeto mais ambicioso do mandato
Um dos maiores desafios enfrentados pela cidade, segundo o prefeito, é a falta de infraestrutura adequada, especialmente nas entradas da cidade. Rodolfo Mota destacou que uma das obras prioritárias de seu governo será a melhoria do acesso à Apucarana, com a construção de viadutos, trincheiras e a revitalização de vias importantes. “Temos que transformar a entrada de Apucarana, principalmente na região do Pirapó. Não podemos aceitar que uma cidade de 140 mil habitantes tenha uma entrada tão precária. Estamos planejando a construção de um viaduto de acesso, com pista dupla, iluminação e acostamento. Essa obra, que deve custar cerca de R$ 40 milhões, será fundamental para atrair mais empresas e melhorar a vida da população”, disse o prefeito.
Rodolfo também destacou a necessidade urgente de melhorias no terminal rodoviário e os desafios relacionados à linha férrea, que divide a cidade, causando transtornos e colocando em risco a segurança da população. Ele mencionou o projeto do Contorno Leste, que está em andamento e promete abrir novas possibilidades de desenvolvimento para a região.
Desafios do primeiro mês
Nesses quase 30 dias de mandato, o chefe do executivo municipal afirma ter enfrentado desafios consideráveis, mas também alcançado vitórias significativas. “Completamos agora o primeiro mês de mandato e, para ser honesto, a sensação é que já se passaram seis meses. Foram tantas decisões urgentes, tantas questões que precisavam ser resolvidas imediatamente. A falta de pagamento dos médicos da UPA, por exemplo, é uma situação inaceitável. Trabalhadores da saúde, que fazem plantões de 24 horas por dia, ficaram três meses sem receber. Isso não pode acontecer”, disse o prefeito, que também afirma ter se deparado com um cenário de recursos escassos e uma administração desorganizada herdada da gestão anterior.
Um dos principais desafios foi a falta de insumos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) – medidaçãoe suplementos -, especialmente para pacientes idosos, deficientes e aqueles que dependem de alimentação via sonda. O problema durou cinco meses. “São questões urgentes que tivemos que resolver rapidamente para garantir o bem-estar da população”, disse o prefeito.
Mota também aponta como desafios a falta de recursos e uma infraestrutura deficitária. “A prefeitura foi recebida com uma motosserra velha e em péssimas condições. No caso de uma emergência, como um temporal, a cidade não estava preparada”, revelou. Outro exemplo, diz ele, foi o estado precário do Bosque Municipal, que estava fora de uso no período de férias escolares, mas que foi revitalizado em apenas 11 dias. “Com o apoio da equipe, conseguimos reformar o Bosque, pintar, organizar os banheiros e calçamentos. Em pouco mais de uma semana, devolvemos um espaço público para o uso das famílias, o que foi um grande avanço para a cidade”, afirmou, destacando a importância de espaços de lazer e convivência para a comunidade.
Além dos problemas emergenciais, o prefeito também tem se dedicado à reestruturação administrativa e financeira do município. “Recebemos a cidade sem planejamento orçamentário, sem recursos suficientes e com muitos setores em colapso. Precisamos organizar isso para avançarmos”, explicou.
Educação como pilar do futuro e eleições para diretores
A educação também é um dos pilares da gestão do prefeito Rodolfo Mota. Dentre as mudanças já implementadas, Rodolfo Mota cita a substituição de um sistema educacional custoso, de um milhão de reais ao ano, que estava sendo pago anualmente à uma empresa privada, por um sistema gratuito e integrado ao Ministério da Educação, fornecido pelo Estado.
Outra importante medida foi a criação de um processo transparente para a eleição dos diretores escolares, algo que nunca havia acontecido na cidade. “Os servidores da educação nunca foram consultados sobre a escolha dos diretores. Agora, estamos realizando um processo público e aberto para garantir a participação de todos e a escolha dos melhores profissionais para as nossas escolas”, destacou.
O prefeito, que também é professor, expressou seu compromisso pessoal com a educação e a valorização dos profissionais da área. “A educação é um campo que me toca profundamente. Tenho 12 anos de experiência como professor e entendo o valor do trabalho de todos os profissionais envolvidos. Nosso objetivo é valorizar tanto os professores quanto os servidores gerais, como as merendeiras e zeladoras, pois todos são fundamentais para o bom funcionamento das escolas e, consequentemente, para o desenvolvimento de nossos alunos”, afirmou.
Construindo o futuro verde
Rodolfo também afirma que é preciso administrar com sustentabilidade. A cidade, com suas três bacias hidrográficas e rica biodiversidade, tem grande potencial para alavancar projetos ambientais. O prefeito destacou a importância de conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental. “A sustentabilidade é garantir que as próximas gerações tenham os recursos necessários para existir”, afirmou. A compostagem e a coleta de recicláveis são algumas das ações que devem ser priorizadas, além da educação ambiental nas escolas. Para ele, é crucial começar o trabalho de conscientização e formar um plano de longo prazo para garantir um futuro mais sustentável.
O potencial turístico, especialmente nas áreas de turismo religioso e de natureza, também está na mira da Prefeitura. Como a Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora de Lourdes e várias atrações naturais, o prefeito acredita que a cidade pode atrair mais turistas e gerar emprego e renda, mas ressalta que, apesar do potencial, é preciso planejar e estruturar os projetos para garantir o desenvolvimento do setor. “Apucarana tem vocação para o turismo, é um investimento barato, que pode trazer benefícios significativos para a cidade”, disse.
Uma cidade mais leve e mais alegre
Quando questionado sobre o legado que pretende deixar, Rodolfo Mota afirmou que o cuidado com as pessoas será sua principal missão. “Cuidar das pessoas, acolher, respeitar, e garantir que a cidade seja mais leve, mais alegre”, disse. Ele enfatizou que, mesmo que muitas ações não resultem em resultados imediatos, o trabalho deve ser pensado para o longo prazo.
Rodolfo Mota também falou sobre a importância da união entre a prefeitura, empresários e outros parceiros, como o governo estadual e federal, para realizar grandes projetos e transformar a cidade. “A prefeitura é como um fermento que dá direção à cidade. Com o apoio de empresários, entidades e governos, podemos melhorar a vida das pessoas e fazer Apucarana crescer ainda mais. Temos um compromisso com o futuro da nossa cidade, e estamos trabalhando para que o melhor ainda esteja por vir”, conclui Rodolfo Mota.
Ele destacou que o sucesso de sua gestão depende do envolvimento de toda a comunidade, do trabalho conjunto entre a prefeitura, as entidades e a população. “Prefeito sozinho não faz nada. Eu preciso da sua ajuda, da sua torcida, da sua oração, do seu trabalho”, apelou Rodolfo, convocando os apucaranenses a participarem da construção de um futuro melhor para a cidade.
Apesar das dificuldades iniciais, o prefeito se mostra otimista e comprometido com o futuro da cidade. “Nosso trabalho é intenso e exige dedicação total. Mas estamos prontos para esse desafio. Queremos dar o melhor para Apucarana, melhorar a qualidade de vida da população e garantir que a cidade continue crescendo de forma estruturada e organizada”, concluiu.
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