Alto e encorpado, o tenente da Polícia Militar do Paraná, Luiz José dos Santos, ganhou o apelido de “Coronel Mamão” por conta da sua estatura. "Apucarana é tão fértil que produz mamão de 130 quilos”, escreveu a jornalista Enaura de Carvalho Silvério, então editora e proprietária da “Gazeta de Apucarana”, ironizando o porte físico do tenente, que foi o primeiro prefeito de Apucarana.
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Luiz José dos Santos nasceu em Curitiba no dia 22 de janeiro de 1903. Casado com Maria Bueno da Rocha e pai de cinco filhos (Oliva, Odila, Ovande, Odeia e Omar), ele ocupou o cargo de prefeito nomeado por menos de dois anos. Ele assumiu em 28 de janeiro de 1944, quando foi recepcionado por uma verdadeira multidão pelas ruas da cidade.
Coronel Mamão foi indicado para o cargo pelo interventor federal do Paraná, Manoel Ribas, que administrou o Estado entre 1932 e 1945. Na época, o Brasil vivia a “Ditadura Vargas” e não havia eleições diretas.
Antes de chegar a Apucarana, Luiz José dos Santos desempenhava a função de comandante da Segunda Companhia do 1º Batalhão de Infantaria da Polícia Militar do Paraná, na capital. Ele também já havia atuado como delegado regional em Londrina.
Após assinar o decreto-lei número 199 , em 30 de dezembro de 1943, Manoel Ribas escolheu o então tenente da Polícia Militar do Paraná para ser o primeiro prefeito. Após assumir em 28 de janeiro de 1944, Luiz José dos Santos foi responsável por iniciar a vida administrativa do município, com a estruturação da prefeitura. Também coube ao primeiro prefeito a abertura das primeiras ruas e estradas rurais.
No entanto, a primeira passagem dele no município foi curta. Ele saiu em 14 de outubro de 1945 e foi substituído nos dois anos seguintes por mais quatro prefeitos indicados: Wilson Franco Lucena, João Batista Alberto Gnoato, Élio Boneto e Adelino Honório Correia. A primeira eleição para prefeito só viria a ocorrer em 1947, quando foi eleito Carlos Massaretto.
Depois da experiência como prefeito nomeado de Apucarana, ele atuou novamente em Londrina como delegado especial junto ao Departamento de Terras e Colonização no Norte do Paraná em 1949. Sua função era vigiar as terras públicas do governo e evitar invasões.
Transferido para reserva no posto de tenente-coronel, Luiz José dos Santos voltou a Apucarana em 1951 para participar de uma das eleições mais disputadas da história do município em 22 de julho daquele ano. Convocado para formar a “Coligação da Vitória”, formada por PSD, UDN, PR e PST, ele enfrentou no pleito o médico Dagoberto Pusch, do PTB.
Em uma disputa acirrada, Luiz José dos Santos venceu por apenas três votos de diferença: 3.488 contra 3.485 de Dagoberto Pusch. O novo prefeito se elegeu com o mote: "Com Deus e com o povo, para prefeito Luiz José dos Santos".
Se em 1944 Luiz José dos Santos tratou de iniciar a vida administrativa do município, entre 1951 e 1955 ele focou na resolução do problema de escoamento das águas pluviais da cidade, que provocavam erosões e valetas, e também na realização de algumas obras, incluindo a construção de escolas municipais e das praças Rui Barbosa e Interventor Manoel Ribas (Redondo). Nesta última, estão instalados – lado a lado - dois bustos, um do interventor e outro do próprio Luiz José dos Santos.
Luiz José dos Santos morreu em Curitiba, sua cidade natal, em 20 de abril de 1961, aos 58 anos, onde está sepultado. Em Apucarana, dá nome a uma rua no Bairro 28 de Janeiro.
Fonte: Livro Alma e História das Ruas de Apucarana - Volume 1, do escritor e jornalista do TNOnline, Fernando Klein
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