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"Problema energético"

O que foi a crise da energia elétrica em Apucarana

Município conviveu por 17 anos com graves dificuldades no fornecimento de energia elétrica

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 22.01.2024, 08:15:51 Editado em 22.01.2024, 08:32:52
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Por 17 anos, Apucarana conviveu com graves problemas no abastecimento de energia elétrica. O “problema energético”, como foi batizado pelos pioneiros, gerou uma mobilização de lideranças da cidade, encabeçadas pela Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana (Acia), até que houvesse uma solução.

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Nos primeiros anos após a fundação do povoado de Apucarana, em 1934, a luz vinha do lampião Petromax ou da lamparina. Com o crescimento da cidade, o descontentamento entre os pioneiros começou a crescer.

Em 1944, a prefeitura adquiriu um locomóvel, uma máquina a vapor sobre rodas que gerava energia elétrica. No entanto, o município ganhava cerca de 20 casas por dia e esse sistema rudimentar logo se mostrou completamente insuficiente.

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Não existia ainda um sistema de energia elétrica, mas apenas algumas subsidiárias de companhias estrangeiras instaladas em São Paulo e, a mais próxima, em Londrina, com qual a Prefeitura chegou a firmar um convênio em 1945. No entanto, o problema continuava, porque o sistema deixava a cidade às escuras e também impedia a instalação de indústrias.

A empresa de Londrina prometia resolver o problema com a construção da usina do Salto do Apucaraninha, mas o problema da energia irritava a população e as autoridades, que queriam uma solução imediata.

Um conjunto diesel de 1.200 HP foi cedido para o município para amenizar a situação até a inauguração da usina. Enquanto isso, as autoridades reivindicavam junto ao governo estadual a criação da Empresa Diesel Elétrica do Vale do Ivaí, que acabou se concretizando em 20 de março de 1949. (Leia mais sobre essa usina abaixo)

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A geração de energia era feita a partir de motores acionados a óleo. O problema continuou, porque o sistema era desligado por volta da meia-noite (algumas vezes até antes), irritando a população. Inúmeros foram os protestos, até porque o serviço era de má qualidade e caro.

A Copel surgiu em 1954 e os protestos continuaram, sem uma solução para o "problema energético". A Acia assumiu o comando da mobilização em prol de uma solução, com inúmeros telegramas ao então governador Bento Munhoz da Rocha e sucessivas reuniões.

O pedido principal era a instalação de uma linha da Usina Salto Grande (SP) para atender Apucarana. O governo estadual fez sucessivas promessas de resolver o problema. Associações comerciais de todo Norte do Paraná se uniram na reivindicação, já que a questão da energia era um problema comum.

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Foram 17 anos de luta do município até que a solução ocorresse, finalmente, em 18 de setembro de 1961, quando Apucarana foi contemplada com uma cota da usina de Santo Grande. A chegada das linhas de transmissão foi motivo de festa. A população comemorou o desligamento dos antigos motores da Usina Diesel Elétrica Vale do Ivaí.

PRIMEIRA USINA

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 Usina foi primeira tentativa, em 1949, de resolver problema do fornecimento de energia elétrica em Apucarana
Foto por Arquivo Prefeitura
Usina foi primeira tentativa, em 1949, de resolver problema do fornecimento de energia elétrica em Apucarana

Inaugurada em 22 de março de 1949, a Empresa Hidro Elétrica do Vale do Ivaí instalou a primeira Usina Termoelétrica do município. Movida por um motor diesel elétrico de 1,8 mil kg e com potência total de 1.200 HP, o empreendimento foi responsável pelo abastecimento de energia elétrica de Apucarana, Cambira, Jandaia do Sul, Mandaguari, Marialva e Maringá até 1961.

A pedra fundamental da usina foi lançada em 26 de dezembro de 1948. Além da sede da empresa, o projeto compreendeu a construção de 30 quilômetros de linhas de transmissão de 11 mil volts, 3 km de linhas de distribuição urbana de alta tensão, 26 km de linhas de distribuição de baixa tensão, duas subestações e 16 cabines aéreas de transformação com a potência total de 800 KVA (quilovolt-ampere). Na época, o investimento total foi de 6 milhões de cruzeiros, sendo 4 milhões do governo estadual e 2 milhões divididos entre as prefeituras de Apucarana e Mandaguari.

Após sua desativação, a sede da Empresa Hidro Elétrica do Vale do Ivaí ficou sob posse da Copel até 2019. Com a desocupação, a Prefeitura manifestou interesse em adquirir o local por conta da sua importância histórica, o que ocorreu formalmente em outubro de 2021, com a incorporação do imóvel ao patrimônio do município.

Fonte: Apucarana em prosa e verso, do historiador e escritor Francisco Soares Dias Sobrinho, e www.visiteapucarana.com.br)

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