A região ganhou mais de 3,8 mil novas empresas neste ano. Dados da Junta Comercial do Paraná (Jucepar) apontam que entre janeiro a novembro foram abertos 8.291 novos empreendimentos e fechados 4.438 no período em 26 municípios do Vale do Ivaí mais Arapongas.
A maior parte (73%) são Microempreendedores Individuais (MEIs) com 2.847 negócios consolidados. Outros 21% são microempresas que correspondem a 828 novos CNPJs. Embora positivo, o saldo atingido neste ano é 16,5% menor que o registrado no ano passado quando 4.628 novas empresas foram abertas na região.
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Com 2.691 aberturas e 1.330 baixas Arapongas é o município que mais criou novas empresas na região, com saldo de 1.361 novos negócios, 35% do total. A maior parte (73%) são MEIs. Apucarana ocupa a segunda posição com 1.153 novos empreendimentos, o que representa 29,8% das novas empresas criadas na região. Os MEIs novamente lideram os CNPJs abertos no município com 883 registros no período. Ivaiporã segue na terceira posição com a abertura de 190 empresas, sendo que 80% são MEIs.
ANÁLISE
De acordo com o economista Rogério Ribeiro, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar),é possível observar que Apucarana e Arapongas são os destaques com a maior quantidade de novos empreendimentos, indicando um sinal de vitalidade econômica nestas áreas. "Isto não poderia ser diferente pela trajetória histórica e pelo tamanho destes municípios. Embora a abertura de cerca de 3,8 mil empresas seja um sinal positivo e consolida a retomada da atividade econômica pós-pandemia, é importante notar que o saldo de novos empreendimentos é menor que o do ano anterior. Este dado sugere que, apesar de uma expectativa de crescimento econômico de cerca de 3% em 2023, a economia ainda não recuperou completamente o dinamismo pré-pandemia, o que depende de um ambiente político favorável", observa.
Ribeiro aponta que o predomínio de Microempreendedores Individuais (MEIs) entre os novos negócios é um indicador de que há um impulso empreendedor na base da pirâmide econômica, o que é essencial para a diversificação e resiliência da economia local. No entanto, a análise também deve considerar a influência da política monetária sobre o empreendedorismo. Com taxas de juros básicos mantendo-se elevadas, há um efeito desestimulante ao crédito e, consequentemente, uma possível redução no ímpeto empreendedor, especialmente para pequenas empresas que são mais sensíveis a custos de financiamento.
"Diante deste cenário, é crucial que agentes políticos e formuladores de políticas públicas estejam atentos às necessidades do setor produtivo. Medidas de apoio como incentivos fiscais, facilidade de acesso a crédito, e a simplificação de processos burocráticos podem ser vitais para manter o dinamismo econômico. A agilidade na abertura de empresas, como observado no Paraná, é um fator que pode contribuir significativamente para a saúde econômica da região", assinala
"Portanto, a conjuntura é favorável aos empresários no sentido de que há uma tendência de recuperação e possibilidade de crescimento. Contudo, é necessário que essa tendência seja acompanhada de perto e reforçada por ações políticas estratégicas que visem sustentar e acelerar o desenvolvimento econômico local", conclui.
PARANÁ
O Paraná registrou saldo de 122.193 novas empresas abertas de janeiro a novembro em 2023. O resultado corresponde à diferença entre as 262.575 aberturas e 140.382 baixas no período.
Houve um aumento de 4% no volume de empresas constituídas em relação ao mesmo período de 2022, com 10 mil a mais, de 262.575 e 252.359. Apenas em novembro foram abertas 20.981 empresas no Paraná, aumento de 10,3% em relação às 18.806 novas companhias do mesmo mês de 2022. O mês também teve o segundo menor número de baixas do ano, com 11.719. O saldo positivo ficou em 9.172.
A principal Natureza Jurídica das empresas abertas em 2023 é Microempreendedor Individual (MEI), com 195.701, seguida da LTDA, com 60.581, e Empresário, com 5.286.