Região de Apucarana chega a seis casos confirmados de coqueluche

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 25/10/2024
Sesa-PR alerta para a importância da vacinação

O número de casos de coqueluche já chega a seis na área da 16ª Regional de Saúde (RS), de Apucarana. A região, que não registrava a doença desde 2020, voltou a confirmar a coqueluche em 21 de agosto, quando um paciente de Faxinal testou positivo.

-LEIA MAIS: Saúde reforça importância de vacinação após aumento de coqueluche

Em dois meses, mais cinco casos foram confirmados: mais dois em Faxinal, dois em Arapongas e um em Apucarana.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa-PR), as mais diversas faixa etárias estão sendo afetadas.

Em Faxinal, os casos são de uma criança de 4 meses, um adolescente de 15 e uma pessoa de 40 anos. Em Arapongas, é um adolescente de 12 e uma pessoa de 46 anos. Já em Apucarana, o caso é de uma criança de 1 ano.

O avanço da coqueluche no Paraná gera preocupação. É uma doença infecciosa que afeta as vias respiratórias, causando crises de tosse seca. Estima-se que uma pessoa com coqueluche pode infectar de 12 a 17 outros indivíduos.

O número de casos confirmados de coqueluche subiu 86% nos últimos trinta dias no Paraná, passando de 537 para 1.000. Crianças e adolescentes são os grupos mais afetados pela doença. Se comparado a julho, o aumento foi de 880%, quando o Estado contabilizava 102 casos. Os dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde reforçam a necessidade do cuidado e da prevenção, com a vacinação.

São três óbitos confirmados - Londrina (1), Curitiba (2) - e três em investigação - São josé dos Pinhais(1) Quitandinha(1),Umuarama (1).

Em 2023, nesse mesmo período, haviam 11 casos confirmados e nenhum óbito no Paraná. De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, em 2019 foram registrados 101 casos de coqueluche, em 2020 foram 26, em 2021 nove, em 2022 foram cinco casos e no ano passado 17.

De acordo com último boletim da coqueluche, divulgado semanalmente no site da Sesa, dos 1 mil casos confirmados, 353 estão na faixa etária dos 12 aos 19 anos e 110 menores de um ano. Apesar da doença ser mais frequente nessas idades, o grupo de pessoas de 30 a 49 anos também se destaca com número elevado de casos, 183.

De acordo com a diretora de Atenção de Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti Lopes, alguns fatores explicam esse aumento. “Existe uma ciclicidade na circulação dessa bactéria. Durante a pandemia houve uma postergação, com poucos casos, mas agora, associado à menor cobertura vacinal e ao aumento da sensibilidade da vigilância epidemiológica e laboratorial, os casos estão mais evidentes”, disse.

TRANSMISSÃO - A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada, por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar.

Os sintomas inicialmente são parecidos com os de um resfriado, com febre baixa, mal-estar geral, coriza e tosse seca que evoluem para crises de tosse mais intensa.

A vacinação é a melhor forma de prevenção e deve ser realizada nos primeiros meses de vida, aos 2, 4 e 6 meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses, com a vacina pentavalente. Já a DTP deve ser administrada como reforço aos 15 meses e aos quatro anos. Atualmente as coberturas vacinais estão em 90,40% e 90,43%, respectivamente.

A Divisão de Vigilância Epidemiológica da Sesa promove várias ações no monitoramento da doença. Existe uma busca ativa de gestantes e puérperas para imunização com dTpa e de crianças para atualização do esquema vacinal.

A recomendação da Sesa é que gestantes e profissionais da saúde também recebam o imunizante. De forma excepcional, trabalhadores de saúde e educação que atuam diretamente com gestantes, puérperas, neonatos e crianças menores de 4 anos devem receber a dose para maior proteção e prevenção.