Produtores de soja da região estão aproveitando os momentos de trégua da chuva nos últimos dias para colocar as colheitadeiras no campo e dar início à colheita da oleaginosa. Cerca de 10% da área plantada nos 13 municípios da área do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), de Apucarana, foi colhida até a tarde desta terça-feira (28). A previsão é que as precipitações voltem com mais intensidade ainda nesta semana, por isso, os agricultores estão acelerando os trabalhos, inclusive colhendo durante à noite.
O excesso de chuva em fevereiro atrasou a safra na região, o que vinha gerando preocupação dos produtores com lavouras com a soja madura. Segundo dados atualizados pela Seab, 136 mil hectares do grão foram cultivados na região na safra 2022/2023. A previsão inicial era de 125 mil hectares.
“Os produtores estão trabalhando a todo vapor nesses últimos dias, aproveitando que o tempo voltou a firmar desde o final de semana e também para avançar na colheita antes das chuvas que estão previstas para os próximos dias”, diz Adriano Nunomura, técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) de Apucarana. Ele acompanhou os trabalhos nesta terça-feira (28) em propriedades de Sabáudia. Segundo ele, muitos produtores iniciaram os trabalhos de colheita no último sábado (25). “Em algumas áreas, (os agricultores) colheram até no período noturno”, comenta.
Muitos produtores também aproveitaram o intervalo de sol para aplicar defensivos nas áreas atacadas pela ferrugem asiática e outras pragas, visando melhorar a sanidade das plantas.
No relatório semanal enviado para Curitiba, o Núcleo Regional de Apucarana aponta que o volume de chuva acumulado variou entre 269 mm e 451 mm nos municípios da região em fevereiro. O índice é bem superior à média histórica do mês, que foi de 178 mm em Apucarana, segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
Conforme ainda o relatório, a maior parte das lavouras da região ainda está em maturação. Devido ao excesso de umidade, à impossibilidade de controle fitossanitário no período adequado e à redução de luminosidade, o potencial produtivo e a qualidade dos grãos foram prejudicados.
Nas áreas de soja já colhidas, Nunomura observa que os agricultores também estão aproveitando a trégua da chuva para plantar a segunda safra de milho em algumas propriedades, garantindo, assim, o período adequado de cultivo. O milho deve ocupar uma área de 52,5 mil hectares na região nesta safra.
Por Fernando Klein