"Peguei essa doença fazendo o que amo" disse médico de Ivaiporã que morreu com Covid-19

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 10/08/2020
"Peguei essa doença fazendo o que amo" disse médico de Ivaiporã que morreu com Covid-19

O médico Lucas Augusto de 32 anos, que trabalhava no Instituto de Saúde Bom Jesus, de Ivaiporã, no Paraná, e que morreu em decorrência da Covid-19, antes de falecer publicou mensagem em uma rede social. 

O profissional estava internado em Maringá e morreu no sábado (8). "Estou indo nesse momento para UTI, devido a um agravamento do quadro de COVID-19. Ficarei incomunicável, mas, desde já, agradeço aos amigos pelas orações. Peguei essa doença fazendo o que amo, cuidando dos meus pacientes com amor e dedicação. Faria tudo outra vez. Sei que meu Deus é soberano sobre todas as coisas, seus caminhos e propósitos são sempre justos e perfeitos e que no fim, todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo seu propósito”.

Foto por Reprodução
 

O médico foi testado positivo para o novo coronavírus e internado no dia 25 de julho. O profissional mudou para Ivaiporã em maio, quando começou a prestar atendimento no município. 

O Conselho Regional de Medicina do Paraná registrou com pesar o falecimento do médico que era formado pela Universidade Federal do Paraná e especialista em neurocirurgia. Lucas deixa esposa, também médica, e dois filhos. 

Em uma rede social uma colega de turma, Dra. Valéria Cristina Scavasine (CRM-PR 31.679), postou uma mensagem emocionada à família do médico: 

“Queridos Benjamin e Isabela,

O pai de vocês foi para outra dimensão hoje, ficar mais pertinho de Deus. Ele deixa o plano terreno como um herói. Nunca se esqueçam disso: por amor à profissão, ele perdeu a própria vida cuidando de outras vidas.

Hoje, nesse dia 8 de agosto de 2020, vocês ganham 88 padrinhos e madrinhas. Nossa turma da faculdade sempre foi polêmica, briguenta, mas, nesse momento de dor, uniu-se por uma causa.... a causa de manter viva a memória do nosso mais brilhante colega. O coração dele continua batendo em vocês dois. Como forma de honrá-lo, a família dele também se torna a nossa família... e família quer dizer nunca abandonar ou esquecer. Contem conosco SEMPRE, mesmo que seja para relembrar as histórias que o Lucas, com seu humor sagaz e sotaque mineiro, contou tantas vezes para alegrar nossos dias.

Com amor,

Medicina UFPR 2007/2."