A estiagem prolongada que atinge a região começa a acender um sinal de alerta no campo. Na região de Ivaiporã, a falta de umidade do solo afetou principalmente a produção de trigo. Na área de abrangência do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral), é de uma safra de trigo até 70% menor que nos anos anteriores nos 15 municípios de abrangência do órgão.
Segundo o agrônomo do Deral, Sergio Carlos Empinotti, as áreas que suportaram melhor a seca estão em fase de florescimento, mas representam apenas 25% da produção. O restante, 75%, deve colher bem abaixo da média esperada. A média da regional é de 150 sacas de 60 quilos por alqueire. A expectativa é que os melhores campos de trigo colham cerca de 100 sacas. “As áreas mais afetadas não devem colher mais de 50 sacas. Mesmo com chuvas agora, a recuperação será limitada, resultando em perdas de até 70%”, completou.
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As chuvas escassas nos últimos 90 dias também prejudicaram a maturação do milho safrinha. As primeiras lavouras, plantadas logo após a colheita da soja, tiveram algumas chuvas e estão sendo colhidas agora.
“As primeiras lavouras plantadas estão melhores, em algumas áreas estão sendo colhidas até 200 sacas por alqueire dentro da média regional, mas as posteriores sofrem com a estiagem de mais de 90 dias”, explicou Empinotti.
Na regional da Seab de Apucarana, a estiagem já dura 30 dias e também acendeu o alerta no campo. Conforme o Deral, a última chuva volumosa registrada na região ocorreu em 26 de maio, há exatamente um mês.
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“O trigo é a cultura mais comprometida pelos efeitos da baixa umidade do solo. Principalmente nas lavouras que foram plantadas mais cedo, pois elas já haviam sofrido com a falta de chuva na fase inicial de desenvolvimento e agora novamente estão sendo prejudicadas pela estiagem”, aponta Adriano Nunomura, técnico do Deral.
As lavouras de café também estão sentindo os efeitos da baixa umidade, pois a falta de chuva nos meses anteriores prejudicou a formação dos grãos que, por consequência da estiagem, ficaram menores. Por conta disso, a expectativa é de um rendimento inferior na safra deste ano.
“Por enquanto é difícil estimar as perdas, mas conforme se prolonga o período sem chuvas, reduz o potencial produtivo”, enfatiza Nunomura.
O tempo mais seco, entretanto, favorece o avanço dos trabalhos de colheita do milho, que já atingiu 20% das áreas plantadas. As condições climáticas também ajudam a colheita da cana-de-açúcar, que já atingiu 30.