Crimes contra o patrimônio aumentam no Vale do Ivaí

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 28/12/2022
Quando se fala em furto de veículos, a região de Apucarana também teve aumento de ocorrências

Os crimes contra o patrimônio, que envolvem principalmente furtos e roubos, são os mais rotineiros na região, segundo relatório da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp-PR). Na 18ª Área Integrada de Segurança Pública (AISP), que engloba os 26 municípios do Vale do Ivaí, esse tipo de ocorrência subiu quase 8% de janeiro a setembro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 6.137 casos em 2021 e 6.622 em 2022. O levantamento mostra que uma pessoa é vítima desse crime a cada hora em Apucarana e região. 

Em todo o Paraná, foram 286.085 ocorrências até setembro, uma alta de 14,99%. São 37 mil casos a mais em relação a igual período do ano passado, segundo o relatório da Sesp-PR, que não inclui os dados do último trimestre do ano. 

O roubo de veículos registrou a maior alta na área da 18ª AISP. Conforme o relatório, foram levados 50 veículos na região em 2021 contra 77 no mesmo período em 2022, um aumento de 54%. 

O aumento desses roubos no Vale do Ivaí é o terceiro maior registrado nas 23 áreas consideradas no estudo da Sesp-PR. União da Vitória está em primeiro, com alta de 400%, e Laranjeiras do Sul em segundo, com crescimento de 83,33% nesse tipo de crime. 

O aumento do número de casos na região vai na contramão das estatísticas do estado, onde essa ocorrência caiu 16,07%, com 504 casos a menos que em 2021. Foram 3.137 roubos em 21 e 2.633 carros roubados em 2022. 

Quando se fala em furto de veículos, a região de Apucarana também teve aumento de ocorrências. Foram 218 furtos em 2021 e 239 ocorrências em 2022, uma alta de 9,63%. 

Fechando as estatísticas sobre veículos, a quantidade de recuperações por parte da polícia também cresceu na área de Apucarana. Foram 207 recuperações em 2021 e 242 registradas até o final de setembro desse ano (alta de 16,9%).

FURTOS E ROUBOS 

O número de furtos consumados na região aumentou 7,96%, passando de 3.177 casos em 2021 para 3.430 em 2022. Já o número de roubos consumados (quando existe a ameaça de violência à vítima, na maioria das vezes com armas) foi de 4,43%. O relatório aponta 316 casos em 2021 contra 330 registros em 2022.

10º BPM aponta mudança de metodologia 

O tenente-coronel Marcos José Facio, comandante do 10º Batalhão de Polícia Militar (BPM), de Apucarana, explica que o aumento no número de ocorrências se deve a uma mudança na metodologia de registro de dados.

Até dezembro de 2021, segundo ele, os registros eram feitos por um sistema convencional de atendimento de ocorrências. A partir daquele mês, entrou em operação o Sistema de Atendimento e Despacho Emergencial (Sade). Informatizado, o Sade gera registros estatísticos em todas as ligações feitas no 190. Antes desse sistema, pela metodologia anterior, os atendentes faziam uma triagem e nem todas as ligações geravam registros. “Antes, por exemplo, se havia um chamado pela Lei Maria da Penha, com uma mulher em situação de risco e um outro chamado, de furto, era dada prioridade ao caso da mulher em risco. Hoje, não. Todas as ligações vão para o sistema”, diz.

Exatamente por isso, conforme explica o comandante, os números não chegam a preocupar. “Esses números, reais, já existiam antes. Só não apareciam nas estatísticas por causa da triagem que era feita”, explica. 

Facio reitera que a mudança traz um retrato mais fiel das ocorrências. “O novo sistema traz uma realidade mais próxima possível do que acontece na cidade, porque para todas as ligações para o 190 é aberta uma ocorrência, um registro. No passado, os atendentes faziam a triagem e nem tudo ia para o sistema. Como agora tudo vai para esse sistema, temos esse aumento. Essa quantidade de ocorrências já estava lá. Só não era catalogada”, reitera o comandante do 10º BPM, que atende 12 cidades da região. 

Por,Claudemir hauptmann