Tribuna do Norte Online

Com crescimento expressivo piscicultura impulsiona economia na região

Autor: Da Redação,
sábado, 22/03/2025
Com crescimento expressivo piscicultura impulsiona economia na região Com crescimento expressivo piscicultura impulsiona economia na região

A piscicultura nos últimos anos tem crescido significativamente no Vale do Ivaí e movimentado a economia regional. Conforme dados divulgados no último Valor Bruto de Produção (VBP) do Departamento de Economia Rural (Deral), dos Núcleos Regionais da Seab de Ivaiporã e Apucarana, em 2023, somente com a produção de tilápias foi movimentado R$ 12,3 milhões, um aumento expressivo de 68,49% em relação ao ano anterior quando foi movimentado R$ 7,3 mi. O volume produzido chegou a 1,25 mil toneladas, com destaque para o munícipio São João do Ivaí, que produziu 650 toneladas e teve faturamento de R$ 5,9 milhões.

O setor se expande devido à alta demanda e aos investimentos em tecnologia, exemplo disso, é o frigorífico de peixes Mais Fish empresa familiar de São João do Ivaí localizada no distrito de Ubaúna que em 2022 foi a primeiro da atividade a receber o certificado do SISBI (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal). 

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O certificado é equivalente ao SIF, que é emitido pelo Serviço de Inspeção Federal e, com isso, a empresa tem autorização para comercializar em qualquer estabelecimento comercial do território nacional, seja para restaurantes, supermercados, pesqueiros, entre outros.

Para o proprietário da Mais Fish, Edilson Pini, a conquista representa o resultado de anos de dedicação e aprendizado. “Visitamos mais de 20 frigoríficos, trocando experiências e adquirindo conhecimento. A adesão ao Consórcio Intermunicipal CID Centro também foi crucial para esse avanço”, afirmou.

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A empresa, que antes distribuía sua produção em um número limitado de municípios, agora atende quase 100 cidades do Paraná. Segundo Pini, a certificação não só abriu novos mercados, mas também validou o compromisso da Mais Fish com a qualidade. “Investimos em tecnologia, bem-estar animal e nutrição de alta qualidade, sem uso de antibióticos ou químicos. Isso garante uma carne de tilápia superior, com sabor e textura diferenciados”, explicou.

O processo de produção da Mais Fish se baseia em boas práticas de manejo, desde a criação dos peixes até o abate e processamento. A empresa utiliza ração de alta qualidade e métodos avançados, como o abate humanizado, que minimiza o estresse dos peixes e garante a qualidade do produto. “Peixes estressados ​​resultam em carne de qualidade inferior. Por isso, garantimos que cada etapa, da pesca ao abate, seja feita com o máximo de cuidado”, disse Pini.

Para ele o mercado da piscicultura no Vale do Ivaí apresenta grande potencial para se tornar uma referência, assim como aconteceu com a avicultura no Paraná. Para isso, é necessário trabalho, conhecimento e parcerias, além do apoio governamental nas três esferas: federal, estadual e municipal.

“Acreditamos que a piscicultura pode contribuir significativamente para o desenvolvimento regional, gerando emprego e renda. Com a capacitação de mão de obra e a implementação de boas práticas de produção, podemos evoluir e consolidar a atividade como um pilar econômico do Vale do Ivaí”, conclui Pini.

Integração

Outro projeto que vem contribuindo com o aumento da psicultura na região é o projeto de integração da Cocari para a produção de tilápias.

Em Jardim Alegre Alexandre Rocca de Araújo dono de uma propriedade rural, onde mantem o Pesqueiro e Restaurante Paraiso encontrou no projeto da Cocari a oportunidade de aumentar a renda da propriedade. Dos três tanques que mantinha como pesque e pague duas passaram a produzir tilápias exclusivamente para a integradora e a terceira passou a ser utilizada somente para a pesca esportiva.

A integradora fornece os peixes juvenis, a assistência técnica, a ração, despesca, o abate e a garantia de compra. O produtor entra com a área, a mão de obra e a aquisição e manutenção dos equipamentos.

Segundo Alexandre, a principal dificuldade dele com a produção dos peixes vinha sendo alto custo da eletricidade. Porém, no último final de semana concluiu a instalação dos painéis solares. “Vai ajudar bastante, com a energia cara o lucro não era tão significativo. Com a energia solar vai mudar tudo. A expectativa é outra”, afirma.

Atualmente, Alexandre aloja 54 mil peixes e planeja expandir o negócio, instalando um terceiro tanque. “Com a instalação do sistema solar, tenho mais espaço para crescer na piscicultura”, diz. A despesca ocorre após 8 a 10 meses, quando os peixes atingem o tamanho ideal. O preço pago por quilo varia, mas gira em torno de R$ 1,30 a R$ 1,50, dependendo da produtividade. “Se o criador não se dedica, o preço cai”, explica.