O informe divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), trouxe 462 confirmações da doença, no período epidemiológico entre agosto de 2020 a julho de 2021. No período anterior, 2020/2019, foram 2.602 casos, com um total de 11 municípios em epidemia. O boletim aponta que os casos de dengue caíram 82% na área da 16ª Regional de Saúde (RS).
Em Apucarana, sede do órgão de saúde, 62 pessoas foram infectadas contra 793, uma redução de 92%. Em Arapongas a incidência caiu de 376 para 86, queda de 77%. Em Faxinal, os casos diminuíram de 336 para 24 (-92,7%) e Jandaia do Sul, de 332 para 5 (-98,4%).
Kaloré é o único município da regional onde os casos aumentaram. No último período epidemiológico foram 172 casos, um aumento de 242% em comparação com o período anterior, que registrou 50 diagnósticos positivos da doença. O município registrou epidemia de dengue, mas a situação foi controlada. São Pedro do Ivaí também teve surto da doença, com 98 casos confirmados. Contudo, a incidência acumulada foi menor do que no período epidemiológico de 2020/2019, quando o município confirmou 238 pacientes com a doença.
Para o chefe da Divisão de Vigilância e Saúde da 16ª RS, Marcos Costa, a queda nada tem a ver com a pandemia da Covid-19. Segundo Costa, a redução tem relação com o clima. O Aedes aegypti necessita de água limpa e parada para depositar seus ovos, totalmente o oposto das condições climáticas atuais da nossa região que passa por uma longa estiagem.
“A dengue tem seus ciclos. Tem época que aumenta e época que diminui, como o que ocorreu no último período epidemiológico. Esse é um período de estiagem bastante quente e, sem chuva, não tem ambiente propício para criadouros”, afirma.
Além do clima, Costa destaca o trabalho desempenhado pelas secretarias de saúde dos municípios, por meio dos agentes de endemias. “Não posso desmerecer o trabalho dos municípios que continuaram fazendo o acompanhamento com as vistorias e orientações da população, sempre respeitando os protocolos de prevenção da Covid”, ressalta.
Costa afirma que nenhum município da regional está em epidemia por arbovírus. Mas o controle da situação requer manutenção dos cuidados, sobretudo, por parte da população.
“É preciso que as pessoas ajudem a eliminar os criadouros, limpando quintais das residências, terrenos baldios e todos os locais que possam se transformar em criadouros. Também é importante que os empresários tenham alguém para fazer vistorias periódicas em seus estabelecimentos. Essa é a única maneira de controlar a dengue”, alerta.
Apucarana teve 74 casos de chikungunya neste ano
A incidência de dengue caiu em Apucarana, mas a de chikungunya aumentou consideravelmente, tanto que o município tem o maior número de casos em todo o Paraná. Informe epidemiológico da Sesa aponta 74 confirmações, 92,5% das 80 registradas no Estado no período 2021/2020.
O coordenador de endemias da Autarquia Municipal de Saúde (AMS), Mauro de Aguiar Almeida, conta que os primeiros casos foram identificados em fevereiro deste ano, no Núcleo Habitacional da Fraternidade. Logo o a doença se espalhou pela Vila Regina e Vila Nossa Senhora Aparecida.
“Envolvemos outras secretarias municipais para fazer o bloqueio do local com tratamento in loco. A Secretaria de Serviços Públicos realizou a limpeza dos bueiros e a do Meio Ambiente verificou as minas d’água. Também fizemos a pulverização com veneno, o conhecido fumacê”, afirma.
Segundo Almeida, em três pacientes infectados, a doença evoluiu de maneira mais agressiva. Eles são acompanhados pela saúde do município e fazem tratamento com reumatologista.
Por, Cindy Santos - jornalista do Grupo Tribuna do Norte