A Polícia Civil (PC) do Ceará indiciou o cantor Wesley Safadão e sua esposa, Thyane Dantas, por irregularidades na vacinação contra o novo coronavírus. Além deles, outras cinco pessoas também responderão pelo crime de peculato e infração de medida sanitária.
De acordo com as autoridades, as penas somadas podem chegar a 13 anos de prisão. O inquérito foi encaminhado ao Tribunal de Justiça (TJCE).
De acordo com a Polícia Civil, as investigações indicaram que três servidores públicos da Secretaria da Saúde do Município (SMS) de Fortaleza "foram os responsáveis pelo sucesso da vacinação deles".
Conforme as apurações, eles contaram o apoio e participação de outras duas pessoas, que não atuavam no governo municipal.
"Ficou caracterizado que a vacinação das três pessoas investigadas decorreu de um prévio ajuste entre elas, uma pessoa próxima ao cantor e uma outra pessoa, que por sua vez, possuía contato com os três servidores públicos, descartando a hipótese de coincidência despropositada e/ou falha, a título de culpa, das pessoas que trabalhavam no local", escreveu a Polícia Civil em nota.
O caso
Uma sindicância foi realizada pela Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza para apurar a suposta vacinação irregular de Thyane Dantas, esposa do cantor Wesley Safadão. De acordo com a pasta, a mulher recebeu o imunizante no dia 8 de julho e as apurações administrativas indicaram um possível crime de corrupção passiva por parte de três colaboradores da prefeitura do município.
A influenciadora digital furou fila na vacinação contra a Covid-19 em um shopping de Fortaleza, mesmo sem estar na faixa etária determinada como público-alvo. Na época, a aplicação de vacinas era voltada para pessoas com 32 anos ou mais e a esposa de Safadão tem 30. Além disso, ela não constava na lista para receber a dose da vacina, método utilizado pela cidade para o controle da vacinação.
Já Wesley Safadão foi investigado pelo Ministério Público por escolher o imunizante que pretendia tomar, pois no dia em que estava agendado para receber a primeira dose, dia 8 de julho, no Centro de Eventos, ele foi para outro posto de vacinação.
Casos como esse são popularmente conhecidos como "sommeliers de vacina", prática questionada por especialistas.