Oposição interrompe audiência sobre reajuste do piso

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 18/03/2010
Durval Amaral interrompeu a audiência

A audiência pública sobre o piso regional que estava sendo realizada nesta quinta-feira (18) no plenário da Assembleia Legislativa foi interrompida pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça e membro da bancada de oposição ao Governo, deputado Durval Amaral. Caso seja aprovado pela Assembléia até o mês de abril, o novo o piso regional ficará entre R$ 663,00 e R$ 765,00, o maior salário mínimo do país.

A interrupção ocorreu depois de manifestações das centrais sindicais, que não concordaram com a prorrogação do tempo de explanação para os empresários, já que o mesmo privilégio não havia sido concedido aos membros favoráveis ao reajuste do piso. O objetivo das audiências é esclarecer aos trabalhadores e empresários, sobre a importância do projeto de reajuste do piso regional, que beneficiará 350 mil trabalhadores paranaenses.

Muitas lideranças mostraram-se inconformados com a interrupção. “Esta foi uma decisão infeliz, radical e antidemocrática. A oposição queria somente um pretexto para encerrar a discussão, já que não tinha mais argumentos contra a aprovação da matéria”, declarou o presidente da Força Sindical, Sergio Butka.

Para o gerente regional do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Cid Cordeiro, a interrupção foi injustificável, pois ficou evidente que o presidente da CCJ estava concedendo tempo adicional àqueles que eram contra o reajuste do piso.

O relator da proposta, deputado Luiz Claudio Romanelli, considerou “uma falta de respeito com todos que estavam presentes”. Ele disse que vai conversar com o presidente da Assembléia, deputado Nelson Justus, para que as próximas audiências sejam respeitas até o final, ou irá apresentar seu relatório na próxima semana.

Esta seria a segunda audiência sobre o piso regional. A primeira foi realizada em Foz do Iguaçu, no dia 12. As próximas audiências, previstas para acontecer em Londrina, Maringá, Guarapuava e Ponta Grossa ainda este mês, estariam canceladas, segundo informações do cerimonial da CCJ.

O diretor-geral da Secretaria de Trabalho, Emprego e Promoção Social, Fernando Peppes, reforça a importância das audiências e pede para que elas sejam retomadas.

“Este é um momento muito importante para o Paraná, pois somos o primeiro estado a transformar um piso regional em uma garantia constitucional. Portanto, é vital que todos possam ser ouvidos e a proposta seja amplamente debatida”, salientou.