Portal tira dúvidas sobre novas regras ortográficas

Autor: Da Redação,
sábado, 03/01/2009

O serviço Telegramática, da Prefeitura de Curitiba, tira dúvidas sobre as novas regras da língua portuguesa que passaram a vigorar em 1º de janeiro. Gratuito, o Telegramática atende pelo telefone (41) 3218-2425, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h. As consultas também podem ser feitas no portal www.cidadedoconhecimento.org.br. A média de atendimentos por mês é de 5 mil telefonemas. De janeiro a 15 de dezembro de 2008 foram respondidas 50.201 perguntas formuladas por 25.272 pessoas.

A procura pelo serviço aumentou em aproximadamente 20% desde a assinatura, em setembro, do acordo da reforma da língua portuguesa. Beatriz Castro Cruz, coordenadora do Telegramática, diz que a maioria dos atendimentos foi feita a professores, estudantes e profissionais que trabalham em áreas específicas que usam a língua portuguesa, como as editoras de livros.

O número de consultas vem aumentando desde o fim de 2007, quando várias editoras tentavam cumprir prazos para conseguir publicar livros e dicionários já com as novas regras, conta Beatriz. A equipe do Telegramática é formada por cinco profissionais em língua portuguesa.

 Beatriz considera que as alterações na ortografia da língua portuguesa foram pequenas, apenas de 0.5%. A maior dificuldade de adaptação, segundo ela, será dos adultos, que saíram da escola há mais tempo. As crianças terão mais facilidade de assimilação porque estarão em contato com os livros.

De acordo com o decreto que regulamenta a nova ortografia, publicado em Diário Oficial no dia 30 de setembro de 2008 , o acordo deve passar a funcionar integralmente em 2012. Até lá, ficam valendo as duas grafias, diz a coordenadora.

Veja o que muda com a reforma, a partir de janeiro de 2009 Alfabeto ¿

Passa de 23 para 26 letras, com a inclusão de k, y e w.

Trema ¿ Eliminação do trema. Exemplo: agüentar vira aguentar. O trema permanece em nomes próprios estrangeiros e seus derivados. Exemplo: Müller e mülleriano.

Acentuação ¿ Não se acentuam os ditongos abertos EI e OI nas palavras paroxítonas. Exemplo: assembléia vira assembleia e bóia vira boia.

¿ O acento nos ditongos ÉI e ÓI permanece nas palavras oxítonas e monossílabos tônicos de som aberto. Exemplo: herói, anéis, papéis, anzóis. ¿ O acento no ditongo aberto ÉU permanece. Exemplo: chapéu, véu, céu, ilhéu.

¿ Não se acentua o hiato OO. Exemplo: enjôo vira enjoo.

¿ Não se acentua o hiato EE dos verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados (3ª pessoas do plural). Exemplo: crêem vira creem e relêem vira releem.

¿ Não se acentuam as palavras paroxítonas que são homógrafas. Exemplo: pára (verbo) vira para (verbo) e pêlo (subst. e verbo) vira pelo (subst. e verbo). ¿ O acento diferencial permanece nos homógrafos: pode e pôde. ¿ O acento diferencial permanece no verbo pôr em oposição a por (preposição). ¿ O acento é facultativo em dêmos/demos e fôrma/forma.

¿ Não se acentua o U tônico quando precedido de G e Q e seguido de E e I. Exemplo: argúi vira argui. ¿ Não se acentuam o I e U tônico das palavras paroxítonas quando precedidos de ditongo. Exemplo: feiúra vira feiura.

Hífen ¿ Não se emprega o hífen nos compostos em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por R ou S, devendo essas consoantes de duplicar. Exemplo: ante-sala vira antessala.

¿ O uso do hífen permanece nos compostos em que os prefixos SUPER, HIPER e INTER, terminados em R aparecem combinados com elementos também iniciados por R. Exemplo: hiper-rancoroso, inter-regional e super-realista.

¿ Não se emprega o hífen nos compostos em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente. Exemplo: auto-afirmação vira autoafirmação. ¿ O uso do hífen permanece no