Saúde e asfalto irritam moradores de Ivaiporã

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 21/03/2011
Avenida Castelo Branco: moradores querem mais atenção com malha viária

Foi-se o tempo em que os buracos no asfalto eram o único alvo das reclamações dos moradores de Ivaiporã. Nos últimos anos, segundo as lideranças comunitárias, sair de casa e se deparar com as más condições da malha viária é só o início de uma série de carências encontradas nos serviços públicos locais. O representante do Conselho das Associações dos Moradores de Ivaiporã, Hélio Barros, que o diga. “Nunca tivemos uma situação como essa. Nas ruas, nem os ônibus que fazem o transporte gratuito estão conseguindo transitar, porque o asfalto está caótico”, diz.


Na zona rural, agricultores já estariam até, conforme a dona de casa Marlene Tiago, se mobilizando para acampar na porta da Prefeitura, caso as estradas rurais não recebam melhorias.
“Os produtores estão enfrentando dificuldades para transitar e retirar sua safra. As ruas da cidade também estão ruins, tanto na área central como nos bairros”, relata ela, que, nessa semana, encabeçou um manifesto no município por medidas emergenciais também nas áreas da saúde, limpeza e educação. “A cidade está horrível. A Prefeitura diz que não tem dinheiro, mas isso não nos interessa. Esse mandato já tem dois anos e nada foi feito”, diz.


Marlene sustenta que a Prefeitura já teria, inclusive, reduzido os recursos destinados às creches, afetando o cardápio oferecido às crianças. “Soubemos que tem aluno comendo só arroz com salsicha”, diz. Na saúde, conforme a moradora, também haveria prejuízos à população. “Consultórios de dentistas foram fechados e alguns remédios gratuitos não estão sendo distribuídos mais”.
Ao mesmo tempo, a dona de casa assinala que parte dos médicos do hospital municipal e servidores que atuam na limpeza pública de Ivaiporã foram demitidos recentemente, em uma tentativa da Prefeitura de cortar gastos.


Para o autônomo Ataíde Carlos da Silva, Ivaiporã necessita que a Prefeitura tome medidas urgentes. “Não temos como nem andar a pé mais. Só não entendemos como o prefeito não consegue arranjar mais recursos se é do mesmo partido do Governo Federal”, observa.


Na próxima terça-feira, acontece uma reunião entre o prefeito e associações de bairros. O excutivo deve apresentarar uma proposta para a lista de reivindicações.

Prefeito pede paciência


O prefeito Cyro Fernandes (PT) admite os problemas, mas pede paciência aos moradores. “Nós tivemos uma redução significativa nos repasses do Fundo de Participação do Municípios (FPM) nos últimos dois anos e é inegável que isso comprometeu alguns setores da administração municipal, como pavimentação asfáltica, manutenção da malha viária, a saúde e a limpeza pública. Além disso, assumimos uma prefeitura falida com muitos problemas nas contas da prefeitura herdados de administrações anteriores”, argumenta Cyro.
O prefeito afirma que está procurando reestruturar o município. “Em administrações anteriores se pintava carro velho, prédio velho; nos estamos fazendo reformas estruturais e isso leva tempo e depende de muitos recursos”, explica.


Cyro também comentou sobre um rombo de R$ 10 milhões na gestão 2001-2004. Ele disse que o Ministério Público já entrou com uma ação contra o ex-prefeito à época pedindo a devolução dos recursos. “Mesmo assim estamos contratando mais médicos, abrindo mais vagas em creches e providenciando mais medicamentos para a parcela da população mais carente e necessitada”, afirma o prefeito, para justificar a atual situação que gerou reclamações em Ivaiporã.


Com relação aos buracos na cidade, Cyro sustenta que recapeou em dois anos mais vias públicas que as duas administrações que o antecederam. “Todos os municípios do país sofrem com problemas no asfalto, mas em Ivaiporã a situação é mais grave. Eu atribuo a isso ao asfalto mal feito e a falta de conservação” , avalia. (Luiz Demétrio)