Tensão no Haiti preocupa familiares

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 26/11/2010

O clima tenso que vem assolando a capital do Haiti nas últimas semanas, por conta da proximidade das eleições presidenciais no país e da epidemia de cólera que já matou mais de 1,3 mil pessoas, tem gerado apreensão entre as famílias de brasileiros que participam da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).


“Recebemos a notícia de que eles estariam se refugiando em outro país, devido a ataques no quartel de Porto Príncipe. Isso, inclusive, os impediria de entrar em contato conosco por cerca de dez dias”, comenta uma profissional liberal de Apucarana, que não quis se identificar.


Preocupada, ela relata que o primo compõe o grupo de 34 soldados do 30º Batalhão de Infantaria Motorizado (BIMtz), enviado a Porto Príncipe em julho. “Essa situação seria por causa da revolta dos haitianos. Eles culpam os boinas azuis pelo cólera”, completa.


O comandante do 30º BIMtz, tenente coronel José Soares Paes, contesta a informação. Segundo ele, a história não passa de boataria. “Houve um problema com o exército do Nepal, que está fora da área da Minustah. Todos os nossos soldados estão bem”, afirma.


O militar aponta ainda que os boinas azuis de Apucarana mantêm contato com o Brasil constantemente. “As famílias, por exemplo, podem conversar com os soldados pelo Skype em nossa sala de apoio, após um agendamento, devido à diferença de fuso horário”, salienta.


Além dos trabalhos para a estabilização do Haiti após o terremoto de 12 de janeiro, os soldados do 30º BIMtz estão atuando no controle do cólera em Porto Príncipe.


De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 57 mil pessoas foram contaminadas pela doença em todo o país. Além dos problemas de saúde e das ruínas, há 900 acampamentos com desabrigados em condições precárias e canais e rios assoreados com imensas quantidades de lixo no Haiti.