Temporão confirma superbactéria no Paraná

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 21/10/2010

Ministério da Saúde confirmou, ontem, que há suspeitas de casos relacionadas à superbactéria Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC) no Paraná e São Paulo, além dos casos no Distrito Federal. Foram registrados 135 casos suspeitos da KPC no Distrito Federal, sendo que 18 pessoas podem ter morrido por causa da superbactéria. Por causa da circulação da KPC, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai tornar mais rígida a venda de antibióticos.
 

De acordo com o diretor da Anvisa, Dirceu Barbano, há um aumento de 30% a 40% na mortalidade de casos relacionados a Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC) em comparação à média de casos de infecção hospitalar. A agência reunirá especialistas em infectologia para discutir medidas a serem adotadas para conter a superbactéria.
 

A reunião tem o objetivo de identificar quais falhas têm provocado os casos da superbactéria — se estão, por exemplo, relacionadas ao procedimento médico ou ao quadro do paciente. “Não há ambiente de descontrole. Está bactéria já existe no ambiente hospitalar. Há necessidade de saber agora se o que é feito contra as outras (bactéria) é suficiente para a KPC”, explicou o diretor.
 

Mudança — Ontem, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão anunciou as medidas imediatas que devem ser implementadas até amanhã. Uma resolução tornará mais rígida a venda e o uso de antibióticos no País. A mudança visa a coibir o uso indiscriminado de antibióticos, que leva as bactérias a ficar mais resistentes aos remédios. A proposta da Anvisa, colocada em consulta pública, é que o antibiótico passa a fazer parte de uma lista de medicamentos com controle especial.
 

Com isso, os médicos deverão emitir a receita em duas vias — para que uma fique retida na farmácia e outra com o paciente, que não poderá ser usada mais de uma vez. Atualmente, o paciente precisa apenas de uma receita simples para comprar antibiótico. No entanto, a maioria das farmácias descumpre a norma e não exige a prescrição médica. O estabelecimento que desobedecer a legislação fica sujeito à aplicação de multa até fechamento do local.