Profissionais do norte do PR trazem novo tratamento para crianças com autismo

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 31/01/2019
​Método trazido por fonoaudióloga e terapeuta ocupacional utiliza estimulação precoce e intervenções naturais para ser eficaz no desenvolvimento da criança. (foto - Fábio Luporini/Divulgação)

Uma a cada 160 crianças no mundo sofre com o autismo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O transtorno, que atinge de forma grave o desenvolvimento e pode prejudicar a capacidade da criança se comunicar e interagir, ainda é envolto em tabu e de difícil diagnóstico. Quando mais cedo for identificado, melhor. Em Londrina, duas profissionais trouxeram o Modelo Denver de estimulação precoce e intervenções naturais, com tratamento lúdico, para garantir à criança eficácia no desenvolvimento.

A fonoaudióloga Eliane Guerra, da Clínica Santé (R. La Paz, 280. Fone: 43-3361-0840), e a terapeuta ocupacional Thaís Garcia são as primeiras profissionais a aplicarem o Modelo Denver em crianças autistas de Londrina e região, já com resultados satisfatórios. As duas foram buscar capacitação, em março deste ano, no Canadá, numa época em que pouco se falava do modelo no Brasil. O curso foi ministrado pelo formador brasileiro Thiago Lopes, PhD em psicologia do desenvolvimento e formador oficial do MIND Institute, ligado ao Centro de Excelência em Autismo, no Uc Davis MIND Institute, na Califórnia, nos Estados Unidos.  

“O Modelo Denver trabalha baseado no desenvolvimento natural da criança com autismo, com base no que é esperado para cada fase do desenvolvimento infantil, estimulando a criança naquilo que ainda está faltando”, explica Eliane Guerra, que atua com diversas crianças com o transtorno em Londrina e região. O modelo foi desenvolvido e aperfeiçoado depois de 20 anos de estudos e pesquisas da médica Sally Rogers e da psicóloga Geraldine Dawson.

Entre os aspectos a serem trabalhos, sempre de forma natural, obedecendo ao ciclo de desenvolvimento infantil, estão o suporte à socialização e a redução dos sintomas do autismo (além da dificuldade de interação, problemas na fala, na coordenação motora e outros cognitivos). “Criamos estratégias terapêuticas para que a criança consiga desenvolver o que ainda não desenvolveu, estimulando todo o processo de competências e habilidades”, ressalta Thaís Garcia.

Hoje as duas profissionais estão em fase de certificação do Modelo Denver. Atualmente existem apenas três no Paraná: uma em Curitiba e duas em Cascavel. Eliane e Thaís participaram de cursos e workshops intensos, um deles no Canadá porque até então o modelo havia sido muito pouco difundido no Brasil. O aprendizado foi grande: brincadeiras, estímulos, análises, observações cognitivas, entre outros aspectos, que as habilitaram a começar a aplicar as terapias baseadas no modelo em pacientes de Londrina e região. E agora, passam pelo processo de avaliação e validação do modelo, uma espécie de certificação.