Fraudes no Bolsa Família podem chegar a R$ 3,7 mi

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 13/10/2016
Foto: Arquivo TN

O Ministério Público Federal (MPF) apontou indícios de irregularidades no Bolsa Família que podem chegar a R$ 3,7 milhões na região. Os vinte municípios da área da Procuradoria de Apucarana foram intimados a oferecer explicações ao órgão em 60 dias, com risco de terem seus gestores responsabilizados. O levantamento, que faz parte de um projeto nacional de combate à corrupção, encabeçado pelo MPF, encontrou até empresários e “mortos” recebendo o benefício.

Entre 2013 e maio de 2016, período de abrangência do levantamento do MPF, o Bolsa Família pagou R$ 91,1 milhões na região. Os cadastros com indícios de problemas somam 1.292, ou pouco mais de 4% do total, e correspondem a R$ 3,7 milhões. Atualmente, 30.342 famílias são atendidas pelo programa na área de abrangência da Procuradoria de Apucarana. O procurador Raphael Otávio Santos, do MPF, explica que a fiscalização e o corte de benefícios são de responsabilidade dos municípios. “As prefeituras foram notificadas e têm que dizer quais serão as suas ações com relação a esses casos. Nossa intenção, num primeiro momento, é estancar os recursos públicos mal geridos.

Só após recebermos uma resposta de todos os municípios é que iremos analisar quais serão as providências tomadas pelo MPF, que podem envolver uma investigação criminal e até mesmo a responsabilização de gestores municipais”, ressalta. O principal indício encontrado na região foi a existência de 752 pessoas que seriam proprietárias de empresas cadastradas no Bolsa Família, tendo recebido um total de R$ 2,3 milhões desde 2013. Na sequência estão 513 famílias com quatro ou menos integrantes, que teriam recebido R$ 1,3 milhão. Dezessete pessoas cadastradas já estariam falecidas, recebendo um total de R$ 40 mil desde 2013. Oito pessoas, que juntas receberam R$ 10 mil, doaram para campanhas políticas. Dois servidores públicos também devem entrar na ‘malha-fina’. Eles receberam R$ 6,2 mil.