Delegada fala sobre como evitar abuso sexual em crianças e adolescentes

Autor: Da Redação,
terça-feira, 26/07/2016
Delegada-titular do Nucria, Daniela Andrade (Foto: SESP/Divulgação)

A prisão em maio deste ano do ex-BBB Laércio de Moura colocou o tema mais uma vez em evidência. Segundo dados da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape) da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária, em 2015 somente no Paraná foram registrados aproximadamente 3.020 casos de violência física e sexual contra crianças e adolescentes.

A delegada-titular do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítima de Crime (Nucria), Daniela Andrade, destaca que como este é um crime de natureza velada, as investigações tem de ser extremamente cautelosas. Segunda Daniela, uma atuação precoce, por parte da polícia, pode ser prejudicial as vítimas.

A maior parte dos crimes é cometida por familiares ou conhecidos da vítima, sendo que em cerca de 80% dos casos, é cometido pelo pai ou padrasto. O fato de o agressor muitas vezes possuir a confiança dos responsáveis pela criança, acaba desencorajando a denúncia. Com medo de ameaças e da exposição, a vítima prefere manter o silêncio.

IDENTIFICAÇÃO  
Como nem sempre o laudo médico é suficiente para comprovar o crime, a delegada diz que é preciso estar sempre alerta a mudanças no comportamento das crianças. Sintomas como falta de apetite, distúrbios do sono, mudanças repentinas de humor e desconforto na presença de adultos podem ser indicativos de que a criança ou adolescente está sofrendo algum tipo de abuso. Para o combate efetivo deste tipo de crime, é imprescindível que desde cedo, pais e responsáveis orientem as crianças sobre situações como esta. Um vínculo de confiança deve ser estabelecido entre eles, de modo que a criança sinta-se segura para falar de eventuais abusos.

Quem possuir informações que possam ser úteis ao combate do abuso sexual infantil pode realizar denúncia pelo telefone 181 ou pelo site do Disque Denúncia.