Medo da gripe A provoca "corrida" por vacina na região

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 08/04/2016
Clínicas já venderam todo estoque e têm fila de espera para novos pedidos | Foto: Delair Garcia

O avanço de casos de gripe A, doença que já causou até o início desta semana 73 mortes em todo o Brasil, 55 somente em São Paulo, estado com maior número de ocorrências, fez disparar a procurar pela vacina na rede particular.

Ontem (7), a Secretaria da Saúde do Paraná divulgou que, de janeiro a abril, foram 60 casos de H1N1, forma mais grave do vírus, e dois óbitos, um em Maringá e outro em São José dos Pinhais. Em Apucarana e Arapongas, as clínicas não têm mais doses disponíveis do imunizante. Nas duas cidades, nas três maiores unidades que trabalham com vacina, há fila de espera e não tem previsão de chegada de novos lotes.

Nas duas principais clínicas de Apucarana já chegaram lotes da vacina, porém todas as doses estavam encomendadas. Novos lotes já foram pedidos nas duas unidades, mas a data de envio ainda não é certa, depende da capacidade dos laboratórios de atender a demanda.

De acordo com a supervisora do setor de vacinas, de uma clínica particular de Apucarana, Luciana da Rocha, a procura maior pela vacina está relacionada ao surto no estado vizinho, São Paulo, e pela repercussão dos casos na mídia. “A procura aumentou muito, mas o número de imunizante ofertado continua o mesmo do ano passado”, afirma.

O motivo é a falta de vacinas nos laboratórios. Ainda segundo Luciana, há fila de espera para todos os lotes solicitados pela clínica. Ela explica que quem mais procura pelo imunizante são os grupos não atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que deve iniciar a campanha no dia 25 deste mês em todo o Paraná. “Até quem está no grupo de prioridades tem procurado, para tentar se imunizar o quanto antes”, diz.

O imunizante vendido na rede particular e o oferecido gratuitamente é diferente. “A nossa vacina quadrivalente previne contra dois tipos de Influenza A (H1N1 e H3N2) e 2 tipos de Influenza B. Já a do SUS protege contra dois tipos de Influenza A (H1N1 e H3N2) e um tipo de Influenza B”, esclarece.

O preço médio da vacina na rede privada é de R$ 70, valor similar ao aplicado no ano passado. Em Arapongas, a procura não é diferente, mas assim como Apucarana, uma das maiores clínicas de vacinação está sem imunizante e não sabe quando vai receber o primeiro lote. NOTIFICAÇÕES Segundo a 16ª Regional de Saúde (RS), três casos suspeitos de gripe A aguardam resultado do Lacen, dois são de Apucarana e um de Arapongas.


Sem estoque nas farmácias, Tamiflu é ofertado no SUS


A reportagem da Tribuna entrou em contanto com várias farmácias de Apucarana e Arapongas e nenhuma delas tinha o antiviral Oseltamivir, popularmente conhecido como Tamiflu, usado no tratamento de gripe A. A justificativa é que não há demanda para o medicamento na rede privada, uma vez que o tratamento é ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Ontem, o Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar) afirmou quem tem disponível 83 mil tratamentos do Oseltamivir, tanto para crianças quanto para adultos. Na 16ª Regional de Saúde (RS), de Apucarana, a diretora Clara Lemes de Oliveira, garante que o estoque está adequado. Na rede privada, Dener Christian, responsável pelo setor de RH, de uma rede de farmácias em Apucarana, reconhece que o antiviral está em falta.

“A procura pelo medicamento é muito baixa, mas já fizemos pedido”, diz. O farmacêutico Márcio Antoniassi, que faz parte do Conselho Regional de Farmácia, reforça que não há procura pelo Tamiflu e não vai fazer pedidos. Segundo a distribuidora de medicamentos, ANB Farma, a previsão de envio de Tamiflu para as farmácias do Paraná é para a próxima terça-feira, dia 12. Os pedidos na distribuidora são de oito unidades do antiviral. O medicamento custa, em média, R$ 240 a caixa com 10 comprimidos e só pode ser comprado com receita médica.