Polícia Civil investiga esquema de fraude de passaporte para obter visto nos EUA

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 19/02/2016
Computadores e documentos foram apreendidos em endereços dos suspeitos em Faxinal, Mauá da Serra e Londrina  | Foto: Sérgio Rodrigo

A Polícia Civil de Apucarana, na região norte do Paraná deflagrou ontem (18) a Operação Tio Sam, para apurar um esquema de fraude de passaportes no Vale do Ivaí. De acordo com a polícia, o procurador jurídico da prefeitura de Faxinal, advogado Kleber Stocco, e o pai dele, advogado e contador Paulo Luiz Stocco, são investigados por suspeita de produzir documentos falsos para a obtenção de visto no exterior. A denúncia foi registrada pelo Consulado Americano, que acionou a Polícia Civil do Paraná após constatar grande demanda de moradores de Faxinal e do Vale do Ivaí tentando ingressar nos Estados Unidos.

Segundo a polícia, o consulado detectou que várias pessoas que viajaram para os Estados Unidos informaram que trabalharam uma carvoaria localizada em Mauá da Serra, de propriedade dos Stocco. Durante investigação confirmou-se que os viajantes nunca trabalharam na referida empresa. O delegado explica que, geralmente, as pessoas que usam esse artifício, não tiveram emprego fixo e pretendem entrar clandestinamente no exterior.

“O consulado apontou indícios a polícia do Paraná que vários documentos estavam sendo produzidos de forma falsa em Faxinal pelo contador e advogado Paulo Luiz Stocco. Inclusive há indícios de envolvimento do filho dele, pois, os dois são sócios em uma carvoaria. A empresa era usada para esquentar os documentos”, informa o delegado José Aparecido Jacovós, chefe da 17ª Subdivisão Policial (SDP) que comandou a operação. A polícia fez buscas na empresa em Mauá da Serra, no escritório e casa dos suspeitos em Faxinal e em um escritório em Londrina.

Foram apreendidos documentos e computadores que devem passar por perícia. “Encontramos um documento com informações de um homem que alegava ser secretário de esportes de um município do Vale do Ivaí, com assinatura do prefeito. O consulado já ligou na prefeitura e confirmou que o rapaz nunca trabalhou lá. Acredito que o documento seja falso”, informa. Investigações apontam que o esquema ocorre desde dezembro de 2014.

De 23 solicitações de visto com os passaportes falsificados em Faxinal, 12 conseguiram autorização para viajar. Segundo a polícia, os suspeitos cobravam o valor de R$ 1 mil para fraudar o documento. Os brasileiros que conseguiram embarcar para os Estados Unidos com auxílio dos suspeitos estão sob investigação e podem ser deportados. Eles vão responder por falsidade ideológica. Até o momento 8 pessoas foram autuadas pelo crime. Os suspeitos de comandar o esquema podem ser processados por formação de quadrilha, associação criminosa, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. A Tribuna tentou ontem contato telefônico com o escritório do suspeito mas ninguém atendeu as ligações.