Quadrilha assalta banco no Paraná e leva refém no capô de veículo como 'escudo humano'

Autor: Da Redação,
sábado, 13/02/2016
Bandidos usam escudo humano para fugir após assalto a banco - Imagem/Reprodução/Tribuna do Norte

Novamente um município do Vale do Ivaí, na região norte do Paraná viveu momentos de pânico durante um assalto a banco. Na tarde de ontem (13), pelo menos 6 homens encapuzados e fortemente armados coordenaram a ação contra a agência do Banco do Brasil, em Rio Branco do Ivaí.

Funcionários e clientes foram rendidos e obrigados a formar um cordão de isolamento em frente à unidade e durante a fuga os bandidos ainda levaram quatro reféns, dois deles usados como escudo humano sobre um veículo. Equipes da região contaram com apoio do Choque de Londrina e do Grupamento Aeropolicial e Resgate (Graer) no auxílio as buscas, no entanto, até o fechamento desta edição, ninguém havia sido preso. Conforme informações da 6ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) de Ivaiporã, era por volta das 13h15 quando os bandidos chegaram na agência e anunciaram o assalto.

Simultaneamente, outros integrantes, com armas de grosso calibre, se posicionaram em frente ao destacamento da Polícia Militar (PM), localizada a poucos metros do banco, para intimidar os policiais de plantão. Apenas dois PMs estavam em serviço no município no momento do ataque. Mais de 10 pessoas foram obrigadas a formar um cordão em frente a agência para impedir intervenção da polícia. Dentro da agência, o restante do bando estava à procura do gerente, com intuito de ter acesso ao cofre central. Como o gerente não estava na unidade, os criminosos passaram a saquear dinheiro dos caixas e ainda tomaram duas armas e dois coletes balísticos dos seguranças. 

Antes da fuga, os bandidos atiraram diversas vezes e levaram consigo quatro funcionários do banco. Dois deles foram amarrados sobre o teto e o capô de um Renault Duster, com placas de Curitiba. A polícia checou a numeração da placa e constatou que o veículo é clonado. Há suspeitas de que outro carro tenha auxiliado a fuga. O major da 6ª CIPM, Laercio Sagati, conta que os bandidos seguiram pela estrada secundária de Rio Novo que dá acesso aos municípios de Imbaú e Ortigueira. De acordo com ele, não houve confronto entre PM e criminosos e os reféns foram libertados sem ferimentos.

“Espero lograr êxito nas diligências para prender os assaltantes”, assinalou o major. No mês passado, o Departamento de Inteligência do Estado do Paraná (Diep), com apoio das polícias Civil e Militar, desmantelou uma quadrilha investigada por envolvimento em pelo menos 22 assaltos a banco, sendo 10 em municípios do Vale do Ivaí e região. Mais de 20 pessoas foram presas. O assalto registrado ontem reforça a tese da existência de mais quadrilhas especializadas em bancos atuando na região. “De repente é uma nova quadrilha que está usando o mesmo método daquela que atuava na região e foi presa recentemente”, acredita o major. A PM disse que não tem informações sobre a quantia levada e, até o fechamento desta edição, os policiais ainda trabalhavam nas buscas pela quadrilha. Ações similares de bandidos ocorreram em Ortigueira, Tamarana, Borrazópolis e outras cidades do Paraná.
Assalto deixa população em pânico 

A ação da quadrilha deixou marcas de tiros em prédios, carros e nas ruas. O clima de pânico e medo tomou conta da cidade, tanto que moradores trancaram portas de casas e de estabelecimentos comerciais.  "Foi uma correria e depois a cidade ficou quase deserta. Fiquei muito assustada. Eu ouvi os tiros e fiquei escondida com medo”, relata uma moradora que pediu para ter o nome preservado.

Segundo ela, além dos momentos de terros, os bandidos também provocaram prejuízos ao prédio onde funciona o banco e também à população. No ano passado o Banco do Brasil, única agência bancária da cidade, foi alvo da quadrilha dinamite que explodiu caixas eletrônicos. Os danos provocados no prédio deixaram a população por cerca de 8 meses sem o serviço.  “Faz apenas três meses que o banco abriu de novo e acontece isso. Será que vamos ficar sem local para sacar dinheiro e fazer depósito de novo?”, questiona a moradora.