Cadeia de Marilândia do Sul tem até ar-condicionado

Autor: Da Redação,
terça-feira, 23/12/2014
Detentos reclamavam da falta de ventilação na Cadeia de Marilândia do Sul - Foto: Delair Garcia

Presos da cadeia pública de Marilândia do Sul, receberam um benefício pouco usual neste final de ano: a instalação de um ar-condicionado na unidade. A Tribuna apurou que o equipamento foi instalado há pouco mais de um mês no corredor entre as duas únicas celas, para refrescar o ambiente em épocas de extremo calor. Apesar de não haver legislação que impeça o uso do aparelho no sistema prisional, a medida repercutiu no município e dividiu opiniões. Esta é a única cadeia do Vale do Ivaí e região onde os presos contam com esse tratamento.

O delegado da comarca, Henrique Hoffmann, confirmou a informação, no entanto, afirma que a situação é extremamente excepcional. Ele argumenta que decidiu providenciar o equipamento após analisar a condição ao qual os presos estavam submetidos.  A unidade abriga 22 pessoas em um espaço com capacidade para apenas 8.

O ambiente é desprovido de qualquer abertura para ventilação e a superlotação deixa o lugar ainda mais abafado, segundo afirma o delegado. A unidade também não possui solário (área para banho de sol), e os presos ficam “amontoados” ocupando até o espaço do corredor, sendo obrigados a revezarem horário para dormir.

“Os presos ficam fechados o dia todo e com o calor que tem feito nos últimos dias eles começaram a reclamar demais pedindo para abrir a porta do corredor para melhorar a ventilação. Mas não posso deixar a porta aberta e permitir que eles tenham contato visual com a área administrativa. Então, por questões de segurança, decidi solicitar a instalação do ar-condicionado”, conta Hoffmann.

Informado sobre a situação, o Conselho Municipal da Comunidade encaminhou ofício ao Ministério Público (MP), solicitando orientação e recebeu posicionamento favorável. Mesmo diante de opiniões contrárias, o delegado reitera que é um dever proporcionar condições dignas e um ambiente habitável aos encarcerados. “Cometeram crimes mas têm direito pelo menos a ventilação”, conclui.  Hoffmann, que também é responsável pelas delegacias de Califórnia, Mauá da Serra e Rio Bom, afirma que esta é uma situação exclusiva e que as outras cadeias não necessitam deste tipo de equipamento.