Londrina já tem 49 casos de aids confirmados em 2009

Autor: Da Redação,
sábado, 25/04/2009

Londrina já confirmou 49 casos de aids de janeiro a abril de 2009. O número já é mais da metade dos 72 novos casos registrados em todo o ano passado. Os dados, computados de 5 de janeiro a 23 de abril, foram divulgados na tarde desta sexta-feira (24) pelo Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids). A coordenadora do programa, Regina Cortez, atribuiu o crescimento no número de casos descobertos à popularização dos testes rápidos para detectar a presença do vírus no organismo.

Entretanto, o número é preocupante. Estamos popularizando a testagem. Os casos já existem, mas o que estamos fazendo é descobrindo-os. Se continuarmos nessa média, podemos triplicar o número de casos descobertos, avaliou Regina. Ela explicou ainda que, para cada caso positivo confirmado, existem pelo menos dez desconhecidos. O município tem confirmados 1.841 doentes de aids. Mas a estimativa é que tenhamos 18 mil pessoas com a doença em Londrina, apontou.

A predominância de casos de aids em Londrina é de homens na faixa etária dos 20 aos 39 anos.

Confira os dados do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids). Ao todo são 49 casos de aids (30 homens e 19 mulheres).

Homens: 14 a 19 anos: 2 casos; 20 a 39 anos: 16; 40 a 49 anos: 5; 50 anos ou mais: 7.

Mulheres: 14 a 19 anos: 1 caso; 20 a 39 anos: 11; 40 a 49 anos: 6; 50 anos ou mais: 1.

Segundo ela, os testes rápidos são feitos justamente para que as pessoas descubram que são portadoras do vírus o mais rápido possível. Dessa forma, a pessoa começa o tratamento mais cedo e passa a tomar certos cuidados, disse. Somente na 49.ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, realizada de 2 a 12 de abril no Parque de Exposições Ney Braga, foram realizados 325 testes rápidos, em um estande montado na feira.

Regina não revelou o número de casos positivos detectados ao longo dos dez dias. O número foi muito pequeno e a identidade da pessoa pode ser revelada. Até porque é um choque para essas pessoas. Você está passeando, resolve fazer o teste e descobre que está infectado, afirmou. Apesar do susto, Regina vê vantagens no diagnóstico. A pessoa já passa a ser paciente e ser atendida por nossos psicólogos e profissionais, contou.

Foi por ter descoberto ser portador do vírus HIV com rapidez que um servente de pedreiro aposentado, que preferiu não se identificar, se livrou da morte. Dois colegas meus morreram por causa da aids em 1987. Como eu usava drogas com eles na mesma seringa, eu desconfiei que poderia estar com a doença, revelou. Logo que fez o teste, veio a confirmação. Se tivesse demorado para saber, poderia até ter morrido. É ruim para a pessoa. Ela não sabe quem tem, não toma remédio e não se trata, ressaltou.

Ele contou que teve que se aposentar. Nunca mais trabalhei. Tive que parar de usar drogas e passei a tomar o coquetel antiaids, disse. O servente de pedreiro afirmou que hoje consegue levar uma vida normal. Já fui internado e quase morri, mas consegui controlar o vírus. Não posso tomar bebida alcoólica, mas tenho uma vida sexual normal, utilizando a camisinha, destacou.