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Sessão da Câmara em homenagem ao MST é tumultuada por Salles e outros deputados da oposição

A sessão em homenagem aos 40 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizada pela Câmara nesta terça-feira, 28, foi alvo de tumulto por parlamentares da oposição. O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente

Levy Teles (via Agência Estado)

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Escrito por Levy Teles (via Agência Estado)
Publicado em 28.02.2024, 11:51:00 Editado em 28.02.2024, 11:56:13
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A sessão em homenagem aos 40 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizada pela Câmara nesta terça-feira, 28, foi alvo de tumulto por parlamentares da oposição. O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente no governo de Jair Bolsonaro (PL), foi um dos que discursaram. Como reação, militantes vaiaram o pronunciamento, deram as costas e o chamaram de "fascista".

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Salles foi à tribuna do plenário dizer que os 40 anos do grupo "são de insucesso de uma política que fracassou" e que os achados encontrados na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, relatada por ele, "não trazem motivo para a comemoração".

"Entendo que não há nada a ser comemorado. Esses 40 anos são de insucesso de uma política que fracassou e volta a ser feita de maneira que vai fracassar", foram as primeiras palavras de Salles. Ele foi vaiado por mais de uma centena de militantes presentes.

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O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) foi outro oposicionista a falar. "A gente aqui abriu uma sessão solene para o MST. São 40 anos de destruição", afirmou o parlamentar.

"Quero dizer a todos que os dirigentes do MST vivem em apartamentos, em mansões luxuosas, enquanto vocês vivem em barracos em situações sub-humanas. Isso é uma vergonha", prosseguiu o parlamentar. Ele foi vaiado e chamado de fascista.

Da oposição, também inscreveram-se para falar Evair Vieira de Melo (PP-ES) e Marcel van Hattem (Novo-RS). Abilio Brunini (PL-MT) também apareceu para observar a sessão. Deputados do governo responderam aos ataques.

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Como antecipou aColuna do Estadão, a oposição planejava desde a sexta-feira uma reação. Zucco (PL-RS), presidente da Frente Parlamentar Invasão Zero, nascida depois da CPI do MST, começou a coletar assinaturas para fazer uma moção de repúdio contra a sessão solene. O documento, com 102 signatários, será protocolado na Câmara na tarde desta quarta. Os deputados oposicionistas farão um pronunciamento público com críticas.

"Os bolsonaristas não podem provocar o Brasil inteiro nesta sessão", disse o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). "Essa sessão foi aprovada pelo plenário. Não estamos fazendo nada que não esteja dentro do regimento da Câmara. Isso aqui é a democracia. Vocês têm todo o direito de discordar, mas não podem agredir as pessoas presentes aqui."

"Nós nunca impedimos sessão nenhuma aqui. Temos o maior respeito por todas as sessões solenes. Por isso, temos que dizer aqui: vocês respeitem, porque isso aqui é a democracia", disse Guimarães.

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No comando da sessão, a segunda-secretária da Câmara, Maria do Rosário (PT-RS), criticou a postura dos congressistas. "Eu nunca vi uma homenagem, uma instituição que é homenageada ser desrespeitada pelos integrantes desta Casa", afirmou.

Outros deputados da esquerda falaram. "É a quinta CPI que vai para o lixo da história", disse Paulão (PT-AL), em referência ao fato de que a CPI relatada por Salles acabou sem nem sequer votar o relatório após articulação conjunta entre governo e Centrão. "Crime é exportar madeira ilegal, deputado Salles, crime é tentar dar golpe de Estado como fizeram no 8 de Janeiro", afirmou Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

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Ministros de Lula comparecem à sessão em homenagem ao MST

A sessão solene em homenagem ao MST teve a presença de dois ministros do governo Lula, Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas). Também estiveram na reunião o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), César Aldrighi, e o embaixador de Cuba no Brasil, Adolfo Curbelo Castellanos.

A sessão atendeu a um requerimento encabeçado por deputados petistas que fazem parte do movimento agrário, entre eles Valmir Assunção (PT-BA), João Daniel (PT-SE) e Nilto Tatto (PT-SP).

Em pronunciamento à sessão, lido por Rosário, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), disse que o MST tem "os mais elevados méritos" e que defende bandeiras "de atenção questionável". Para ele, a base do movimento "tem sido combativa e exitosa na tarefa de questionar o desmazelo em relação à dignidade e aos direitos humanos dos trabalhadores rurais".

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